Quase 60% das empresas que aumentaram seus investimentos em compliance no Brasil fizeram isso por consequência da operação Lava Jato, tocada a partir de Curitiba desde 2014 e que tem causado severas alterações no mercado interno, além da prisão de políticos e empresários de primeiro escalão.
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A constatação é fruto da pesquisa realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), que entrevistou 130 executivos que trabalham no país. Para 44% dos entrevistados a principal preocupação é a de evitar fraudes processuais. Os setores que mais preocupam são de compras e suprimentos. Para não cair em qualquer investigação, os executivos estão preocupados em aumentar o monitoramento das atividades via investigações internas e por meio de programas severos de governança corporativa.
Responsabilidade solidária
A ética no varejo acaba sendo um predicado fundamental não só por questões de subserviência à lei, obrigatória a qualquer empresa e cidadão, mas também por respeito ao consumidor. Sandoval Martins, CEO do Buscapé, disse, em participação no congresso BR Week 2017, que o compliance traz benefícios para além da segurança e da ética, pode significar também um fortalecimento da marca. “Temos que parecer e ser verdadeiro, transparente e ético”, ressalta.
Luiz Fernando Godoy, sócio da Equipo Gestão, empresa especializada em gestão de contratos, aponta que, na era da responsabilidade solidária, debruçar-se sobre as atividades da empresa não é suficiente. É preciso conhecer o que fazem também os fornecedores e parceiros. “As responsabilidades solidárias e subsidiárias estão em moda, e nada como evitar uma desagradável surpresa ao descobrir um parceiro envolvido em casos de escândalos, ou mesmo interferindo desastrosamente em sua operação”, alerta o executivo.