Eles são conectados e descolados. Adoram tecnologia e inovação. Contudo, os jovens com idade entre 18 e 30 anos, ainda têm muito o que aprender quando o assunto é finanças pessoais. É o que mostra pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
A pesquisa mostra que 32,2% desses jovens não fazem controle financeiro. Segundo a pesquisa, 76,4% desses jovens fazem controle financeiro de cabeça.
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De acordo com 22,1% dos entrevistados, a falta de hábito e disciplina é a principal justificativa para a falta de controle. Outros 17,4% mencionaram que o fato de não ter um rendimento fixo por mês ou não saber exatamente quanto ganha é motivo para a falta de controle.
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, controlar as finanças e conhecer as entradas e saídas é fundamental para a saúde financeira. “Este é um comportamento que precisa ser cultivado desde cedo, para que possa prosseguir na vida adulta e, assim, gerar impactos verdadeiramente positivos, duradouros e de longo prazo”, disse.
Dentre os que fazem controle financeiro (67,8%), o caderno de anotações e a famosa planinha são as ferramentas mais utilizadas. Os aplicativos em smartphone são utilizados por 10,6% dos entrevistados.
Dívidas
Além de boa parte dos jovens não ter controle sobre suas finanças, eles também estão com dívidas. Segundo a pesquisa, dentre os compromissos que estão em atraso, mas não geraram inclusão do nome em instituições de proteção ao crédito, o principal é o empréstimo com familiares ou amigos (21,1%), seguido pelo empréstimo em banco ou financeira (14,0%) e parcelas a pagar no cartão de loja (9,9%).
Em alguns casos a negativação em relação a certos compromissos financeiros acabou levando parte dos jovens a ficar com o nome sujo: 25,4% dos que tomaram empréstimo em banco ou financeira ficaram inadimplentes, assim como 23,0% dos que usaram o crediário ou carnê e 22,4% o cheque especial (22,4%).
A pesquisa mostra que o valor médio total das dívidas atrasadas é de R$ 464,20. Porém, as dívidas apresentam valores bastante variados e diretamente relacionados ao bem ou serviço adquirido: as contas de telefone fixo ou celular, por exemplo, possuem valores que correspondem a menos de R$ 100,00; já o
financiamento da casa própria ultrapassa R$ 2.900,00.
Para os jovens que possuem contas em atraso, a principal razão apontada para a falta de pagamento é a diminuição da renda (26,1%) seguida pela perda do emprego (26,0%) e problemas de saúde (8,1%). Segundo Vignoli, a justificativa dada para deixar de honrar compromissos sugere que muitos jovens podem estar vivendo fora do padrão mais adequado à sua realidade financeira.