Talvez você não saiba exatamente o que é ESPECISMO, mas uma pista de seu significado foi dada recentemente – e em público. Durante o discurso de agradecimento de Joaquin Phoenix no Globo de Ouro 2020, o ator falou sobre a celebração reconhecer a importância dos animais no mundo e oferecer um jantar plant based (ou seja, baseado em vegetais) aos convidados. Na fala, ele também relacionou o consumo de carne com a crise climática em que vivemos.
Ao trazer essas frases para o palco da premiação, o ator de Coringa tocou de leve em um dos pontos de vista que veganos como ele mais combatem no mundo: o Especismo.
O conceito gira em torno da ideia de que como seres vivos, os homens são moralmente superiores aos outros animais da Terra, o que no daria direito de fazer com eles o que bem quisermos. Ou seja, o que já fazemos atualmente – e há um bom tempo, como mostra o livro best-seller Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, de Yuval Harari.
Segundo a lógica do Especismo, por termos alma e uma inteligência considerada “maior” que a dos outros bichos, podemos dispor deles nas indústrias alimentícia, têxtil, cosmética e farmacêutica. Todas elas juntas são foco de maus tratos aos animais – conceito que também só começou a ser debatido há pouco tempo.
Entidades como o PETA, que fez uma campanha em Nova York em 2019 colocando fotos de animais e homens em lugares estratégicos da cidade (entre eles Phoenix como garoto-propaganda), ajudaram a trazer o assunto à tona novamente e com mais força.
O termo Especismo foi criado no começo da década de 1970 pelo psicólogo inglês (e defensor do direito dos animais) Richard D. Ryder, que também era escritor. Mas ficou popular mesmo em 1975, após a publicação do livro Animal Liberation, do filósofo australiano Peter Singer, que também é especialista em Bioética.
O questionamento sobre a quantidade de carne consumida pelas pessoas diariamente – nunca na História da humanidade foi deste jeito – e a maneira como animais são abatidos e processados está em discussão e as perguntas em torno desse assunto não devem diminuir.
Entre as gerações mais jovens, ser vegano não é considerado algo estranho ou diferente, pois já se sabe que a Geração Z está intimamente preocupada com questões ambientais e políticas do planeta.
O movimento rumo a uma maneira mais ética de tratar os animais já mobilizou parte da indústria cosmética, por exemplo, que para não perder clientes, passou a evitar os testes de produtos em animais e apresentar nos rótulos certificações de Cruelty Free e de origem Vegana. Esse posicionamento, no entanto, não pode ser apenas estético, precisa estar no cerne de produção da empresa.
Ser Anti-Especismo também inclui boicotar ou lutar contra todo e qualquer evento que mantenha animais em cativeiro para o divertimento humano. Isso inclui festa de rodeio, touradas, circo, aquários, zoológicos, e mesmo simples passeios de charrete, cavalo, camelo. Foto com um bicho no safari ou manter pássaros em gaiolas, então, nem pensar.
Rever nossa relação com a natureza e como ela impacta a maneira como consumimos é um caminho sem volta. O que veganos e Anti-especistas defendem é criar alternativas reais de se produzir sem causar sofrimento a outro ser vivo.
A onda vegana não tem data e nem previsão para acabar – e deve mesmo é ser incorporada ao cotidiano de mais e mais pessoas nos próximos anos.
Informação no rótulo do produto sobre testes com animais vivos?
“Coringa” está no topo da lista dos 100 melhores filmes da década
Top 10: filmes que prometem bombar em 2020