/
/
Brasil tem a internet mais estável do mundo, mas a acessibilidade ainda é deficitária: como isso influencia o consumo digital?

Brasil tem a internet mais estável do mundo, mas a acessibilidade ainda é deficitária: como isso influencia o consumo digital?

De acordo com a Surfshark, o país ocupa o 56º lugar entre 110 países, em um conjunto de cinco pilares fundamentais de bem-estar digital

A terceira edição anual do Índice de Qualidade de Vida Digital (DQL) coloca o Brasil em 56º lugar entre 110 países. Cobrindo 90% da população global, o estudo DQL é conduzido pela empresa de segurança cibernética Surfshark e avalia os países com base em um conjunto de cinco pilares fundamentais de bem-estar digital: acessibilidade, qualidade da internet, infraestrutura eletrônica, segurança eletrônica e governo eletrônico.

Assine a nossa newsletter e fique por dentro das notícias sobre a experiência do cliente

O Brasil mostra os melhores resultados em governo eletrônico (42º) e qualidade da Internet (44º), mas exibe resultados comparativamente mais baixos em e-segurança (60º), infraestrutura eletrônica (70º) e acessibilidade da Internet (78º).

Bem-estar digital e os reflexos no consumo online

O Brasil ocupa o primeiro lugar em estabilidade de internet banda larga e o 4º lugar em estabilidade de internet móvel. No entanto, ele figura apenas na 44º posição na pontuação geral de qualidade da internet devido à sua velocidade de baixa qualidade.

Em outro índice, realizado pelo Speedtest Global Index™, em abril deste ano, o país ocupa o 49º lugar no mundo em velocidade de banda larga fixa e em 74º em velocidade de internet móvel, em um comparativo com 181 países.

Ainda assim, a velocidade da banda larga fixa no Brasil melhorou 69,2% em relação ao ano anterior, graças aos investimentos em FTTH (tecnologia de interligação de residências através de fibra óptica), permitindo uma melhor experiência ao consumidor online.

Assine a nossa newsletter e fique por dentro das notícias sobre a experiência do cliente

“As oportunidades digitais provaram ser mais importantes do que nunca durante a crise do covid-19, enfatizando a importância de cada país garantir capacidades operacionais totalmente remotas para suas economias”, explica Vytautas Kaziukonis, CEO da Surfshark.

Portanto, para viabilizar (ainda mais) o consumo online, o país precisa de mais investimentos em infraestrutura eletrônica e acessibilidade, por exemplo.

A infraestrutura eletrônica é caracterizada por alta desigualdade.

Por exemplo, nos 12 países com melhor classificação em infraestrutura eletrônica, mais de 95% das pessoas usam a Internet (penetração da Internet). Por outro lado, apenas um terço das pessoas usa a internet nos 12 países com classificação mais baixa.

E, de acordo com a pesquisa, o Brasil fica para trás nesse quesito, quando apenas cerca de 71% dos brasileiros usam a internet no país.

Já no quesito acessibilidade, a banda larga é significativamente menos acessível do que a internet móvel. Globalmente, a internet de banda larga mais barata custa cerca de 6 horas de trabalho por mês, enquanto que a internet móvel mais barata custa cerca de 10 minutos de trabalho por mês.

O estudo descobriu que os brasileiros trabalham quase 7 horas por mês para pagar pelo pacote de internet banda larga mais barato, 1 hora a mais do que a média global.

Essa diferença entre o custo da internet banda larga para a internet via mobile pode ser notada através dos dados do Panorama Mobile Time/Opinion Box – Pagamentos móveis e comércio móvel no Brasil – de setembro de 2021, onde aponta que 91% dos brasileiros com smartphone já experimentaram comprar através do aparelho.

Além disso, 83% dos consumidores móveis afirmam que atualmente fazem mais compras pelo celular do que seis meses atrás. E 80% deles declaram que compram mais pelo smartphone que pelo desktop.

Portanto, o recado que fica para o varejista é: invista em plataformas que valorizem o m-commerce, ou o comércio via celular ou tablet.

Assine a nossa newsletter e fique por dentro das notícias sobre a experiência do cliente

“É por isso que, pelo terceiro ano consecutivo, continuamos a pesquisa de Qualidade de Vida Digital, que fornece uma visão global robusta de como os países se destacam digitalmente. O índice estabelece a base para discussões significativas sobre como o avanço digital afeta a prosperidade de um país e onde melhorias podem ser feitas”, afirma o CEO da Surfshark.

Brasil e América Latina

No geral, o desempenho do Brasil melhorou ligeiramente em comparação com o DQL 2020, subindo de 58º para 56º lugar e ultrapassando os vizinhos Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador.

Assine a nossa newsletter e fique por dentro das notícias sobre a experiência do cliente

Apenas dois outros países latinos incluídos no estudo, Chile e Argentina, superam o Brasil regionalmente. A internet banda larga, por exemplo, é 2 vezes mais acessível no Chile e 4 vezes mais acessível na Argentina do que no Brasil. E em comparação com a Argentina, o Brasil tem uma classificação superior apenas na qualidade da internet. Outras descobertas significativas do relatório incluem:

● A banda larga está globalmente menos acessível este ano. Comparando os países incluídos no DQL20 e no DQL21, as pessoas precisam trabalhar 11% mais (25 minutos a mais) para ter acesso à internet banda larga em 2021. No entanto, as pessoas precisam trabalhar 29% menos (28 minutos a menos) para ter acesso à internet móvel este ano.

● A pior internet do mundo é a menos acessível. Pessoas em alguns países, como Nigéria, Costa do Marfim e Mali, precisam de aproximadamente uma semana de trabalho para ter acesso à Internet.

● Em um quadro geral, 6 entre 10 países com as pontuações mais altas estão localizados na Europa, seguindo a tendência do ano passado.

● A Dinamarca ocupa o primeiro lugar em DQL pelo segundo ano consecutivo e é seguida de perto pela Coreia do Sul. A Finlândia ocupa o terceiro lugar, enquanto Israel e os EUA completam os cinco primeiros entre 110 países avaliados. Os 5 últimos países são Etiópia, Camboja, Camarões, Guatemala e Angola.

● Regionalmente, os EUA se destacam como um país com a maior qualidade de vida digital nas Américas, enquanto a Coreia do Sul assume a posição de liderança na Ásia. Entre os países da África, as pessoas da África do Sul desfrutam da mais alta qualidade de suas vidas digitais, enquanto a Austrália lidera na Oceania, superando a Nova Zelândia em várias áreas digitais.


+ Notícias

Faltam 65 dias para o fim do ano: confira tendências para o e-commerce em 2022

Pesquisa aponta tendências de comportamento que podem influenciar a Black Friday

 

Compartilhe essa notícia:

WhatsApp
X
LinkedIn
Facebook
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 291

A evolução do consumidor traz uma série de desafios inéditos, inclusive para os modelos de gestão corporativa. A Consumidor Moderno tornou-se especialista em entender essas mutações e identificar tendências. Como um ecossistema de conteúdo multiplataforma, temos o inabalável compromisso de traduzir essa expertise para o mundo empresarial assimilar a importância da inserção do consumidor no centro de suas decisões e estratégias.

A busca incansável da excelência e a inovação como essência fomentam nosso espírito questionador, movido pela adrenalina de desafiar e superar limites – sempre com integridade.

Esses são os valores que nos impulsionam a explorar continuamente as melhores práticas para o desenho de uma experiência do cliente fluida e memorável, no Brasil e no mundo.

A IA chega para acelerar e exponencializar os negócios e seus processos. Mas o CX é para sempre, e fará a diferença nas relações com os clientes.

CAPA: Camila Nascimento
IMAGEM: IA Generativa / Adobe Firefly


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Angela Souto
[email protected] 

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Natalia Gouveia
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head de Conteúdo
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Editor-assistente
Thiago Calil
[email protected]

Editora do Portal 
Júlia Fregonese
[email protected]

Produtores de Conteúdo
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Marcelo Brandão
Nayara de Deus

Head de Arte
Camila Nascimento
[email protected]

Revisão
Elani Cardoso

COMUNICAÇÃO
Gerente de Comunicação e Cultura
Simone Gurgel

MARKETING
Gerente de Marketing
Ivan Junqueira

Coordenadora
Bárbara Cipriano

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Ltda.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Ltda.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]