O índice de consumidores que pretendem adquirir bens duráveis entre os meses de abril e junho deste ano é de 46,6%. A queda foi de 3 pontos percentuais na comparação com o primeiro trimestre do ano, quando o índice de intenção de compras registrado foi de 49,6%. Já se comparando com o mesmo período de 2014, que atingiu a marca de 53,2%, a retração foi ainda maior: 6,6 pontos percentuais.
Os dados são da pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo), pela FIA (Fundação Instituto de Administração) e pelo Ibevar (Instituo Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), e apresentada nesta quarta-feira (08).
De acordo com Claudio Felisoni de Angelo, presidente do conselho do Provar/FIA, o cenário é preocupante, porque o período abrange o Dia das Mães, a segunda data mais importante para o varejo. ?Esse trimestre, geralmente, apresenta elevação em relação aos primeiros meses do ano, mas com o cenário de inflação e juros altos e a preocupação com o desemprego, não esperamos um bom indicativo de vendas para a data?, afirmou Felisoni.
As categorias que registraram maiores retrações, em pontos percentuais, no comparativo com o primeiro trimestre do ano foram Viagens e turismo (-4,2) e Linha branca (-3,2). Já em comparação com o segundo trimestre de 2014, entre as 13 categorias analisadas, quase todas apresentaram queda. Os destaques negativos foram Eletroeletrônicos (-5,6), Vestuário e calçados (-4,6) e Telefonia e celulares (-4,4). Somente três apresentaram leve alta: Material de construção (1,6%), Imóveis (0,8%) e Informática (0,4%).
Uma possível recuperação é esperada para 2016 e, segundo o economista, deverá ser baseada em investimento, e não mais no consumo das famílias. De acordo com o levantamento, houve uma queda no nível de investimento estrangeiro direto, no entanto ainda em patamares razoáveis. O volume registrado nos primeiros três meses do ano foi em torno de US$ 3,9 bilhões, número que deverá recuar para US$ 2,7 bilhões no segundo trimestre.
?A palavra ?crise? significa mudança. As condições são adversas para o consumo no curto prazo, mas podem ser boas para o médio prazo?, ponderou Felisoni.
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