A intenção de compra dos brasileiros em maio caiu de novo. E, de novo, registrou o menor nível histórico, segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A queda foi de 27,5%, em relação ao mesmo mês do ano passado. Na relação com abriu o recuo foi de 4,6%.
“A confiança do consumidor teve aumento em janeiro e fevereiro deste ano, embora de baixa intensidade. Em março, observamos a primeira queda em 2016, uma tendência que permanece este mês”, afirmou em nota Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC.
No mês, a intenção de compra atingiu 69,9 pontos, numa escala de 0 a 200.
Historicamente, a pesquisa mostra maior retração na intenção de compra de bens duráveis. Em maio, porém, o componente com a maior queda foi o nível de consumo atual, com retração de 8,7% na comparação com abril e 39,2% em relação ao mesmo período de 2015.
Do total dos entrevistados, 65,9% declarou que está comprando menos que no ano passado.
Outros componentes ligados ao consumo também recuaram, com destaque para as compras a prazo, com queda de 5,6% na comparação mensal e de 33% em relação a maio de 2015. Juliana Serapio explica que o elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego são os principais motivadores da queda na intenção de compras parceladas.
O componente Momento para Bens Duráveis teve uma queda de 3,7% em relação a abril e de 39,1% na comparação anual. A maior parte das famílias, 75,7%, considera o momento atual desfavorável para aquisição desse tipo de bem.
Os indicadores relacionados ao emprego são os que apresentam as menores quedas na comparação anual. No entanto, assim como os demais componentes do indicador de intenção de compra, todos estão na mínima histórica.
Emprego Atual foi o subíndice que apresentou o menor recuo, com retração de 2,5% em relação a abril e de 15,0% na comparação anual. Este é o único componente que se mantém acima da zona de indiferença (100 pontos).
O subíndice Perspectiva Profissional caiu 3,9% em relação a abril. Já na comparação com maio de 2015, o recuo foi de 15,9%. Dentre 18 mil entrevistados, 48,8% consideram o cenário negativo para os próximos seis meses.