A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado hoje (16) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registrou um recuo de 15,3% na comparação de agosto de 2016 com o mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, houve um aumento na comparação mensal pela primeira vez em seis meses: 0,9% entre julho e agosto deste ano.
Numa escala de 0 a 200, a ICF alcançou 69,3 pontos, puxada pela variação positiva em todos os componentes do índice. De acordo com a CNC, o resultado evidencia uma percepção ruim, uma vez que está bem abaixo da chamada zona de indiferença, de 100 pontos.
“Mesmo com a perda da força da inflação e seus impactos favoráveis nas vendas, a confiança do consumidor ainda segue fragilizada por causa do encarecimento do crédito e da instabilidade no mercado de trabalho”, explica Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC.
Consumo
Com 44,2 pontos, o Nível de Consumo Atual subiu 0,5% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, houve uma queda de 29%. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado: 66%.
Impactadas pelo elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego, a Intenção de Compras a Prazo caiu 20,9% na comparação com agosto de 2015. Com 64 pontos, o componente apresentou uma elevação de 1,1% em relação a julho.
Expectativas
As famílias apresentaram leve aumento de 0,5% nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho na comparação mensal. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 5,4% e o índice ficou em 94 pontos. Quase metade das famílias – 48,6% – considera negativo o cenário para os próximos seis meses.
Com aumento de 0,4% em relação a julho, o item Perspectiva de Consumo alcançou 53,6 pontos. Na comparação anual, o recuo foi de 20,4%.
As expectativas menos negativas para o segundo semestre levaram a CNC a revisar suas projeções para o varejo restrito de -5,6% para -5,4% ao final de 2016. Também houve revisão da projeção para o varejo ampliado (que engloba automóveis e materiais de construção) de -10,6% para -9,8%.