Se dieta alimentar tem mais a ver com questão cultural do que com o real sabor do que a gente come, será que em um futuro próximo os insetos passarão a ser uma comida tão popular quanto o pão, por exemplo? Alguns especialistas na área alimentícia apostam que sim, entre eles, a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, que já em 2013 apostava nesse futuro e chegou a lançar um programa para incentivar o consumo.
As razões para os insetos virarem prato principal na mesa são muitas, mas entre elas está, definitivamente, a questão climática. Em tempos de escassez alimentar, os insetos serão uma forma barata e nutritiva de matar a fome.
Alguns países do mundo já consomem esse tipo de alimento. Entre eles estão a Austrália, que por herança aborígene consome um certo tipo de formiga. Em algumas regiões da Venezuela e do Camboja, a aranha tarântula costuma ser consumida frita em óleo, com sal, pimenta, açúcar e alho. Já em partes do Japão, da China e mais lugares da Ásia, as cigarras são uma iguaria, pois sua casca tem 40% de proteína.
Esses são alguns exemplos. Larvas grilos e até escorpiões também podem fazer parte do menu dependendo do lugar onde você estiver.
Mas o que precisa mudar para isso se tornar uma realidade mundial? A questão cultural. O sentimento de nojo que inúmeras pessoas têm quando pensam em comer um inseto é algo que pode ser mudado, segundo o entomologista Arnold van Huis, que é professor da universidade holandesa de Wageningen.
Huis esteve no Brasil em novembro para participar do Festival Wired, promovido no Rio de Janeiro para falar sobre tendências de consumo e comportamento para o futuro. Ele tem livros sobre o assunto – incluindo um apenas de receitas – e defendeu, em entrevistas recentes, que uma das formas de popularizar o consumo de insetos é deixar a aparência deles mais “amistosa”.
Essas tentativas também já estão adiantadas. Para se ter ideia existe um laboratório de gastronomia na Dinamarca dedicado a deixar esses bichos mais palatáveis.
Entre as ideias que eles defendem, está a de usá-los sem as patas – que causam aflição em muita gente – ou de colocá-los já fritos, moídos ou secos em receitas populares, como hambúrgueres, massas ou molhos.
Huis também conta que, depois de 2016, diversas startups sobre o assunto estão surgindo no mundo todos. É um mercado que deve crescer. Você acredita nisso?
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