Qual o conhecimento e o comportamento do brasileiro com as tecnologias? Foi para responder essa pergunta que o Google lançou o Índice de Habilidades Digitais (IHD) com a análise do acesso, da segurança de dados, uso e cultura digital do internauta nacional.
A pesquisa colaborativa com a McKinsey revelou que o brasileiro possui média 3, entre 0 e 5, quando se trata do domínio de habilidades digitais e de uso de plataformas.
O estudo inédito busca compreender o nível de digitalização dos brasileiros conectados, as competências dominadas, a diferença de maturidade entre grupos específicos e o que uma melhora nas habilidades digitais da população poderia significar para a economia do país.
Maria Helena Marinho, coordenadora de Marketing e Insights da Google Brasil, afirma que o brasileiro tem vocação digital. “Pensar na comunicação digital do brasileiro é olhar estas quatro palavras: comunicação, socialização, informação e entretenimento”, diz.
A pesquisa feita com o objetivo de apontar as habilidades dos brasileiros com o uso dessas ferramentas ilustra a dificuldade do usuário com processos complexos, conta a coordenadora.
“A gente percebe que quando se começa a sofisticar em nível de complexidade, o interesse do internauta brasileiro cai”, comenta.
Metodologia
Para a análise, 2477 pessoas foram entrevistadas nas cinco diferentes regiões do país, em 12 estados e 28 cidades, como Ribeirão Preto, Caruaru e Curitiba. Em relação à faixa etária e condição socioeconômica, o levantamento ouviu brasileiros entre os 15 e 60 anos de idade das classes A a D.
De acordo com Maria Helena, cada entrevistado respondia um questionário com frases sobre as cinco áreas de pesquisa e atribuía um conceito entre 0 e 5 para o seu grau de conhecimento.
Acesso
O valor atribuído pelo internauta brasileiro foi de 3,5. Os pontos positivos apresentados nessa área estão relacionados ao uso de aparelhos (ligar e desligar) e à navegação. Já os pontos negativos apresentados trazem dificuldades em configuração de softwares e na utilização de comandos de voz.
Segurança
Não é novidade que a preocupação com dados pessoais tem sido algo importante para os internautas. Com o brasileiro, isso não é diferente. Nesse índice da avaliação, a nota do internauta é 3,4. Porém, as dificuldades do brasileiro é em identificar sites seguros e conteúdos falsos, como as fake news.
“Existe um reconhecimento do brasileiro sobre esses procedimentos ilegais, mas a questão de fake news é um problema mesmo, a identificação de sites não seguros ainda não é muito desenvolvida”, comenta.
Uso
Aplicativos de mensagem são os campeões quando se fala em utilização do internauta. De acordo com o índice de Maturidade Digital, o uso deles e de buscadores são os pontos fortes do brasileiro, com nota 3,4.
Já em relação aos pontos fracos, o armazenamento de dados em nuvens e o número de transações online ainda é reduzido.
Cultura Digital
Sobre o aprendizado contínuo e o acompanhamento de atualizações de softwares, o brasileiro tirou nota 3,0. A tomada de risco com novas tecnologias e a cultura de aprendizagem por tentativa e erro são características do internauta, segundo ao IHD.
Criação
O quinto aspecto da pesquisa de Maturidade Digital do brasileiro que registrou o menor número na avaliação, com 1,8 pontos, foi o de criação de conteúdo e domínio das plataformas digitais. O baixo conhecimento de ferramentas, códigos de programação e promoção de publicidade foram aspectos levantados pelo estudo, segundo Maria Helena Marinho.
Iniciativa
Paula Castilho, sócia da McKinsey e participante da pequisa, aponta que a digitalização tem repercussão direta sobre a renda e as oportunidades de desenvolvimento social do país. “As competências juntas podem ter um impacto de 40%, do valor do salário mínimo, cerca de R$380, na renda mensal de um trabalhador”, explica.
Ainda segundo o IHD, indivíduos com maior maturidade em competências digitais reportam maior satisfação no trabalho e garantem melhores oportunidades profissionais. Uma das iniciativas nesse cenário é o “Cresça com o Google”, lançado em 2017, incentiva esse desenvolvimento digital de internautas brasileiros.
Destinado para desde professores, jornalistas, desempregados, pequenos empreendedores e desenvolvedores, o programa oferece, gratuitamente, aulas e dinâmicas de grupo durante encontros em diversas cidades do país.
Com inscrição prévia pelo site, o interessado pode participar dos treinamentos feitos em arenas. Cerca de 50 mil pessoas já foram atendidas pelo programa, segundo a organização.