Nos últimos dois anos venho me dedicado (no tempo livre) ao estudo do ESG. Tenho feito parte do Grupo de Capitalismo Consciente, do Pacto Global e estudando muito sobre o Sistema B. Contudo, vejo que o meio que atuo (digital e compras online), vem sendo deixado de lado quando falamos na transformação mais que necessária do ESG no Mundo.
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As vendas no segmento de e-commerce no Brasil cresceram a uma taxa anual composta (CAGR) estimada de 22,6% nos últimos 10 anos (segundo o relatório da XP) ao mesmo tempo em que a covid-19 e as restrições aos espaços físicos aumentaram as compras online. Sem dúvida, teremos muito desse comportamento sendo mantido no futuro, uma vez que a “comodidade” e a percepção de poupar o tempo é o fator que mais leva as pessoas a mudarem um hábito e migrarem para o e-commerce.
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No entanto, olhando através das lentes ESG (do termo em inglês Environmental, Social and Governance), também esperamos que esse movimento leve ao surgimento de potenciais desafios ESG para as empresas do segmento.
Sem duvida, as empresas de e-commerce vão precisar rever seus conceitos, como os pilares de sustentabilidade (logística, embalagens e emissões de carbono envolvidas nisso), social (como envolver mais e mais setores da população e gerar renta nesse setor) e o meio ambiente, pensando em uma semiótica mais voltada ao setor.
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No setor ambiental e sustentabilidade: a reciclagem, a logística e a reversa, as operações de baixo carbono (destaque com obrigatoriedade de combustíveis menos poluentes em suas entregas e substituição da dependência rodoviária) e o consumo de energia usando fontes renováveis será um grande desafio, que alguns players já estão levando em consideração.
No setor social: será necessário aos players do mercado de compras digital ultrapassar o desafio da gestão da mão de obra, incluir programas de engajamentos, pesquisas de clima, unir diversidade de gêneros e benefícios realmente competitivos que ajudem na retenção.
Além de pensar ações voltadas para saúde mental desses funcionários que são constantemente expostos a competição e metas muito agressivas do ambiente digital. As empresas deverão criar padrões trabalhistas para sua cadeia de suprimentos, verificar e criar grupos de controle para terceiros, fornecedores afim de garantir que todas leis e regulamentações sejam cumpridas, pensando ainda no seu padrão de qualidade.
Temos também a privacidade e a segurança dos dados. Lembramos que o e-commerce e os portais de varejo e mesmo bancos digitais são constantemente atacados e violados, o treinamento de privacidade e segurança dos dados deve estar pronto para isso incluindo seus fornecedores e sistemas.
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Para governança, sempre menciono como KPI principal para todas empresas, independente do tamanho e do setor, mas para empresas de e-commerce se trata de uma questão de sobrevivência, trabalhar desde o inicio seguindo as normas e criar um bom conselho de administração abre portas e mostra que os números estão longe do virtual e sim do mundo real, da contabilidade real. O desafio dos conselhos é ter diversidade e garantir que todos os outros pilares de ESG sejam criados, mantidos e reforçados.
ESG não é moda, a agenda 2030 é crucial para nossa existência enquanto humanidade e isso é um dever de todos.
Para quem não conhece eu sugiro o acesso ao site Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. Ali conseguimos ver todos os objetivos de desenvolvimento sustentáveis do Brasil, até 2030.
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*Por Fátima Bana, mestre em comportamento do consumo digital, embaixadora de consumo consciente e CEO da Rent a CMO, empresa de consultoria de marketing focada em branding e growth.
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