A inteligência artificial não está otimizando a execução de tarefas ou mudando a forma de trabalho de adultos. As crianças também estão sendo impactadas pela IA generativa, tanto no cotidiano, com a utilização de equipamentos que utilizam a ferramenta, quanto em brincadeiras e na educação.
A IA generativa pode adaptar a rotina de aulas, deveres de casa e orientações às necessidades e habilidades de cada criança e adolescente, por exemplo, e fornecer aos alunos conteúdos desenvolvidos de acordo com interesses personalizados, aumentando a atenção e, consequentemente, a aprendizagem.
Modelos conversacionais, como o ChatGPT, podem ser usados para criar conversas em tempo real que promovam um acompanhamento personalizado de cada aluno durante suas tarefas. Além disso, ela pode ser útil para medir a evolução do aprendizado e oferecer suporte. Imagine como livros e vídeos podem estar ao alcance da mão com ferramentas de inteligência artificial.
Além de potencializar a formação de crianças e adolescentes e individualizar o relacionamento individual com cada aluno, inserir a IA de forma monitorada e natural no cotidiano de crianças e adolescentes contribui para se familiarizarem com esses recursos tecnológicos que já estão se tornando parte do dia a dia.
Seth Bergeson, que liderou o projeto IA para Crianças, do Fórum Econômico Mundial, chegou à afirmar à rede norte-americana CNBC que esses pequenos, especialmente os Alphas, podem ser chamados de “Geração IA”: “chamamos as crianças de hoje de ‘Geração IA’ porque elas estão cercadas por IA em quase todos os lugares que vão, e os modelos de IA tomam decisões que determinam os vídeos que assistem online, seu currículo na escola, a assistência social que suas famílias recebem e muito mais”.
Tanto potencial traz otimismo, mas também alertas
As utilizações da inteligência artificial generativa são tantas e tão abrangentes, que podem ocupar inúmeras – e não se trata de força de expressão – tarefas que caberiam a humanos e humaninhos. Mas se por um lado é positivo poder se aproveitar de ferramentas que otimizam o tempo e o liberam para atividades intelectuais, por outro lado podem criar hábitos e “desaprendizagens” de tarefas que precisam, ou deveriam, ao menos ser sabidas.
A Kidlox, aplicativo de controle parental, pondera que embora isso prometa liberar mais tempo para os educadores se concentrarem em instruções profundas e significativas, também pode reduzir o pensamento criativo e as habilidades de resolução de problemas que as crianças desenvolvem.
“Muita automação na educação pode levar os alunos a falta de criatividade ou habilidades de pensamento crítico. Por exemplo, o plágio tornou-se um problema com sistemas baseados em IA. Não é apenas crucial que os educadores ensinem às crianças a importância de serem criativos e evitar o plágio, mas também é benéfico que aprendam a pensar criticamente e resolver problemas de forma independente”.
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Compreender a inteligência artificial está se tornando cada vez mais importante na formação de cidadãos responsáveis e educados, com capacidade para tomar decisões e se defenderem em um mundo cada vez mais automatizado.
Para combater esse efeito colateral, tanto na educação quanto na vida, o Fórum Econômico Mundial preparou um guia para orientar pais e ajuda-los a entender as implicações de adquirir brinquedos, gadgets ou aplicativos com IA embutida
“Pais e responsáveis decidem quais tecnologias baseadas em IA comprar para seus filhos. Ao se educarem e compreenderem melhor os benefícios e riscos apresentados pela tecnologia, podem tomar decisões conscientes e informadas que podem proteger seus filhos e se assegurar de que a IA terá um impacto positivo em suas vidas”, informa o FME.
Assim como os pais precisam compreender o impacto das tecnologias, devem – com o apoio também de escolas – orientar seus filhos para que entendam como as tecnologias funcionam e, com isso, também suas limitações, potencialidades e como usar ferramentas de IA de forma eficaz e eficiente.
Como a IA pode ser uma nova amiguinha para as crianças
A Alexa, o dispositivo com assistente de voz da Amazon possui uma opção Kids, em que os pais têm controle do histórico das interações e a Alexa configura respostas e imagens adaptadas ao universo infantil.
A experiência voltada às famílias com crianças de até 12 anos, em seus dispositivos Echo, oferece acesso a algumas respostas de Alexa diferentes das dos adultos, uma vez que estará habilitada para reconhecer suas vozes e responder de maneira adequada e de forma lúdica. Além disso, com o Parent Dashboard, os pais têm mais controle da experiência, com a capacidade de controlar conteúdo, acesso a algumas funcionalidades de Alexa e ainda visualizar o histórico de uso pelas crianças.
Quando o dispositivo estiver configurado em modo Amazon Kids, é possível definir limites de tempo para impedir que as crianças interajam com Alexa até tarde da noite, com a escolha da “Hora de Dormir”, ou definir pausas para limitar o acesso às funcionalidades de Alexa, seja para a hora de fazer a lição de casa ou do jantar em família.
Ela pode ser utilizada para interações e brincadeiras que podem entreter toda a família, como historinhas originais e clássicas, piadas e charadas adequadas à faixa etária determinada pelos pais na configuração do dispositivo, assim como jogos e skills.
A Amazon lançou recentemente o serviço Audible em português. Com ele, pais podem pedir para a Alexa tocar alguns dos clássicos da literatura infanto-juvenil que estão disponíveis no Brasil em formato de audiolivro.
Alguns dos títulos sugeridos são: A volta ao mundo em oitenta dias – de Júlio Verne, Contos de fadas dos Irmãos Grimm – de Jacob Grimm e Wilhelm Grimm e Ilha do Tesouro – de Robert Louis Stevenson; Alice no País das Maravilhas – de Lewis Carroll e narrado pela atriz Gabz e Anne de Green Gables – de L. M. Montgomery e narrado pela atriz Nathalia Dill.
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