Enquanto as organizações, lideranças, governos e demais instituições estão atentas aos últimos desenvolvimentos da Inteligência Artificial (IA) generativa e suas aplicações no mais diferentes setores e funções, há algo que a sociedade não está ou deixou de estar atenta. Se há cerca de dez anos, o assunto do momento não era o ChatGPT, mas como as organizações poderiam utilizar o algoritmo das redes sociais ao seu favor, a realidade agora é outra.
Juliano Kimura, Cofundador e CEO da Trianons, empresa de gestão de inovação buscou por meio de seu painel “A Inteligência Artificial generativa e a cegueira coletiva na indústria digital”, realizado no CONAREC 2023, conscientizar os congressistas sobre às tendências e movimentos do mercado de tecnologia que deveriam estar atentos.
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“Aprendemos que devemos esquecer a ideia de tentar criar plataformas”, disse durante o evento. “Cada uma possui um time com centenas de pessoas criando soluções o tempo todo para fazer com que você venda mais e atenda melhor os seus clientes. Também ficamos tão obcecados com a ideia de enganar o algoritmo das redes sociais para ganhar mais dinheiro que ficou parecendo um episódio de Black Mirror”.
Para ilustrar esse cenário, ele mostrou no painel a cena de diversos influenciadores digitais chineses que, para tentar um bom posicionamento nas redes sociais entre usuários de alta renda, gravavam vídeos sob uma ponte em um bairro nobre no país. “Chegamos num momento em que as empresas ficam tentando produzir conteúdo para ensinar para o cliente o seu valor, para produzir mais e ser mais do mesmo”.
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Dez anos em dois
No entanto, para Kimura, as pessoas não estão atentas ao fato de que, hoje, já há ferramentas que produzem conteúdos de forma muito mais rápida. É o caso do Midjourney, uma IA generativa capaz de criar imagens originais – como foi o caso da foto do Papa Francisco I, na qual vestia uma roupa bem diferente dos seus trajes habituais, divulgada no início do ano. Já a Adobe possui sua própria ferramenta de edição de imagens baseada em IA.
Outra tecnologia que está se mostrando como uma revolução na internet é o blockchain – responsável por armazenar informações de forma distribuída e infraudável. Com ela, Kimura defende que muitos serviços como os de cartório e de atestado médico seriam substituídos, uma vez que se trata de uma tecnologia muito mais segura e com a qual os dados pertencem, de fato, às pessoas em vez das empresas e organizações.
“A cegueira coletiva que está infligindo a todos nós faz com que a gente não perceba que a IA generativa vai acelerar todas as tendências que iriam acontecer em dez anos e que vão acontecer em dois”, disse Kimura. O criador do ChatGPT, Sam Altman, CEO da OpenAI, já percebeu esse movimento. Por isso, criou o World Coin, um projeto para oferecer renda básica universal à população que terá seus empregos substituídos pela tecnologia.
Por isso, Juliano Kimura pede para que as pessoas parem de assistir aos filmes de ficção científica que não retratam mais a nossa realidade. “Comecem a olhar para a tecnologia com olhos de produtividade e positividade. É a tecnologia, não para substituir o ser humano, mas para trabalhar para o ser humano”.
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