Crescer e lucrar é o objetivo de qualquer empresa, e nova pesquisa da Accenture revelou que esse caminho se baseia em três pilares. Empresas com infraestrutura tecnológica moderna, que investem continuamente em novas tecnologias, processos e produtos para manter sua competitividade no mercado, além de contarem com um equilíbrio em relação à dívida técnica – custos futuros decorrentes de escolhas de design ou desenvolvimento de baixa qualidade – alcançaram um crescimento de 60% em receita e 40% em lucro.
Para desenvolver o relatório “Reinventing with a Digital Core”, a Accenture analisou 19 setores de 10 países, e entrevistou 1.500 executivos de tecnologia. A pesquisa revelou que um núcleo digital avançado é essencial para ajudar as empresas a construírem as capacidades tecnológicas necessárias para a reinvenção contínua em toda a organização. Isso requer uma combinação de infraestrutura centrada na nuvem e práticas correspondentes para agilidade e inovação; dados e Inteligência Artificial (IA) para diferenciação; aplicativos e plataformas para acelerar o crescimento; experiências de próxima geração, e operações otimizadas—com segurança em todos os níveis.
Flávia Picolo, líder da área de Tecnologia na Accenture para América Latina, pontuou a importância das organizações serem adaptáveis e inovadoras, especialmente em um cenário de rápidas mudanças tecnológicas. “A reinvenção contínua é a estratégia padrão devido ao ritmo das mudanças. As organizações estão tentando entender como a tecnologia impacta suas operações comerciais, especialmente diante de novos avanços como a Inteligência Artificial generativa (GenAI)“, pontua.
3 princípios para a reinvenção
De acordo com a pesquisa da Accenture, 41% dos executivos destacam a Inteligência Artificial como uma das três principais causas dessa dívida, empatando com aplicativos e plataformas. Tradicionalmente, a dívida técnica resultava de códigos legados (em resumo, sistemas antigos), tecnologias desatualizadas e falta de documentação. No entanto, a rápida adoção da IA está adicionando um novo encargo, exigindo que empresas encontrem maneiras inovadoras de gerenciar e mitigar esses desafios.
“Capturar valor de tecnologias disruptivas com um núcleo digital líder no setor é mais do que um fator crítico de sucesso, é uma questão de sobrevivência. É essencial para estar preparado para a reinvenção e aproveitar rapidamente cada nova oportunidade”, pontua Flávia Picolo.
Para enfrentar esses desafios, o estudo da Accenture propõe três princípios fundamentais que as empresas devem adotar para alcançar um núcleo digital pronto para a reinvenção. Seguir esses princípios pode resultar em um crescimento de receita de até 60% e um aumento de 40% no lucro.
1. Construir um núcleo digital avançado e personalizado
A pesquisa mostra que as empresas devem criar uma base digital que esteja alinhada às necessidades específicas de sua indústria. Além disso, ao aprimorar uma capacidade, como o gerenciamento de dados, as empresas podem automaticamente impulsionar outras áreas. Este ciclo virtuoso de melhorias contínuas é essencial para a inovação constante.
2. Investir em inovação estratégica e reengenharia de sistemas
No resultado da pesquisa, é fundamental que as empresas aumentem a proporção de seus gastos em TI para inovação, em vez de operações de rotina. A Accenture sugere que um aumento anual de pelo menos 6% é necessário para sustentar a reinvenção. Isso pode ser alcançado através de consultoria com fornecedores, otimização de custos com nuvem e implementação de automação, permitindo o redesenho de processos e a introdução de novos produtos e serviços.
3. Equilibrar a dívida técnica com investimentos para o futuro
A pesquisa aponta que cerca de 15% dos orçamentos de TI devem ser dedicados à mitigação da dívida técnica. Este equilíbrio é crucial para manter as capacidades tecnológicas atualizadas, evitando que o acúmulo de problemas técnicos comprometa a agilidade e a capacidade de inovação das empresas. A implementação de sistemas de controle de versão e outras ferramentas programadas pode ajudar a atualizar a infraestrutura de forma eficiente e contínua.