Praticamente todo mundo sente algo em relação à inteligência artificial. A IA provoca otimismo, ceticismo, medo. As empresas têm investido já há algum tempo em IA, mas os últimos desenvolvimentos – marcados pelo lançamento do ChatGPT em novembro do ano passado. A nova ferramenta de inteligência conversacional tomou as manchetes, os debates do mundo tech e também do mercado – que está ansioso para mergulhar em todas as possibilidades que um modelo de conversação neural pode trazer para seus negócios. O ChatGPT, e seus já anunciados concorrentes, como o Bard, do Google, terão implicações mais amplas no avanço das tecnologias, na produtividade e na criatividade.
O impacto do lançamento do ChatGPT foi tão grande que em apenas 2 meses já teve mais de 100 milhões de downloads, e é o aplicativo que cresceu mais rápido em todos os tempos.
Para Neil Patel, esse movimento é só o começo. Com a entrada das big techs na corrida pela melhor – e por qual se tornará mais popular – os avanços em IA vão acelerar exponencialmente no futuro próximo. A Microsoft já implementou o uso do ChatGPT no seu buscador, o Bing, e investiu US$ 10 bilhões no desenvolvimento da ferramenta da OpenAI.
A integração do Bing com o ChatGPT pode ser finalmente uma virada de jogo para o buscador, que quer ganhar sua fatia de market share, mas não no curto prazo, indica o especialista. Apesar do mais de um milhão de inscrições para fazer parte do beta-teste do Bing em apenas 48% após o anúncio da funcionalidade, o Google ainda é hegemônico: detém 92% das buscas na internet no mundo – um número expressivo demais.
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E a empresa rapidamente entrou no jogo e antecipou o lançamento do Bard – modelo semelhante ao ChatGPT desenvolvido a partir do Modelo de Linguagem para Aplicações de diálogo do Google (LaMDA).
Ainda em fase de testes e não disponível ao público, o Bard une o modelo conversacional à ferramenta de busca, o que permite transformar questionamentos complexos e com múltiplas possibilidades em respostas “digeríveis”, afirmou Sundar Pichai, CEO da Alphabet, na apresentação do Bard.
O que é a IA e como ela pode ter a ver com você
A tecnologia tem avançado rapidamente e mudado a forma como as pessoas trabalham, se relacionam e consomem conteúdo. Nos últimos cinco anos, a IA atingiu novos marcos e proporcionou grandes avanços em diversas áreas, que incluem a produção de conteúdo e a comunicação com os consumidores.
Um dos principais marcos da IA foi a adoção maciça de algoritmos de aprendizado de máquina, o machine learning, que permitem aos sistemas aprender com dados e melhorar sua precisão ao longo do tempo. Assim como o deep learning, que utiliza treinamento de redes neurais nos sistemas, permitiram avanços significativos em áreas como reconhecimento de imagem, tradução automática, reconhecimento de fala e diagnóstico médico.
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O lançamento do ChatGPT, um modelo de linguagem natural que pode responder a perguntas e realizar tarefas de forma autônoma mexeu com os mercados. Ele é capaz de gerar respostas em linguagem natural para perguntas e comentários, permitindo a comunicação mais natural e eficaz com os consumidores. Isso pode ter um grande impacto no marketing e nas relações de consumo, já que as empresas podem usar a IA para personalizar a comunicação e melhorar a experiência do cliente.
No campo do marketing e das relações de consumo, a IA tem sido utilizada para melhorar a segmentação de mercado e personalizar a experiência do cliente. Alguns exemplos incluem chatbots que podem interagir com clientes em tempo real, recomendações de produtos personalizadas com base no histórico de compras e análise de sentimentos em mídias sociais para identificar problemas com o atendimento ao cliente.
O ChatGPT pode ser considerado uma nova forma de conhecimento desenvolvido por programadores, destaca Carlos Magno, diretor da Ubersuggest. Criadores de conteúdo podem usar o ChatGPT para:
- buscar novas ideias;
- resolver problemas complexos;
- escrever, testar e explicar códigos de programação;
- escrever conteúdo em vários idiomas;
- escrever conteúdo longo e aprofundado
No entanto, as respostas do ChatGPT não são sempre as mais corretas, nem oferecem a complexidade e as nuances que só uma pessoa é capaz de incutir em um texto (por exemplo, ironia). Ainda assim, seus resultados são impressionantes, aponta Carlos Magno. “Eles dependem muito ainda da habilidade de quem está ‘conversando’ com a IA para que o ChatGPT ofereça a melhor resposta possível – e isso só tende a melhorar com o tempo. Por enquanto pelo menos, ninguém deveria trocar humanos pelo ChatGPT”.
Além da falta de complexidade na abordagem dos temas, Magno alerta para o risco de plágio. “O ChatGPT foi construído a partir de conteúdos que já existem. Isso significa que a resposta que ele dá pode ser literalmente algo escrito em uma página que podia ter sido pesquisada, e não conteúdo original”.
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Para Patel, “apesar de todo o burburinho, está claro que a IA é necessária para os negócios se modernizarem”. Ele elenca 3 aspectos essenciais:
– Multiplicar as conexões com consumidores
As soluções de IA podem aproveitar os dados primários para descobrir informações altamente valiosas e novos campos de demanda
– Multiplicar seus conhecimentos
Soluções de conversão podem ajudar a dar uma perspectiva melhor dos resultados, e fornecer insights mais assertivos e relatórios mais profundos
– Multiplicar os resultados
Ferramentas de IA podem ajudar a alcançar os clientes mais efetivamente, atingindo ROIs melhores que oferecem direcionamentos melhores
Mais uma vez eles, os dados
A IA também tem sido amplamente utilizada na análise de dados e no aprendizado de máquina, permitindo que as empresas identifiquem padrões e tendências em grandes conjuntos de dados. Isso tem sido especialmente útil para segmentar anúncios para públicos específicos com base em interesses e comportamentos online.
No entanto, o ChatGPT ainda sofre com a limitação de ser datado. A base de informações da plataforma só foi alimentada com informações até 2021. Isso significa, ressalta Magno, que ainda não é uma boa ferramenta para analisar tendências.
Uma IA cada vez mais esperta é inevitável
De acordo com um relatório da McKinsey divulgado no final do ano passado, a adoção de IA por negócios mais do que dobrou entre 2017 e 2022. Contudo, percentual de organizações que investem em soluções de IA se manteve em um platô na faixa dos 50%-60%. Ainda, o número de ferramentas e vantagens que a IA alavancou nas empresas dobrou no mesmo período.
Até agora, operações de serviços, modelagem de riscos e análise de dados são as principais funcionalidades que se beneficiam de IA nos negócios. Geração de conteúdo e criação não eram, até o lançamento do ChatGPT, foco dos investimentos em IA nas empresas, e por isso Patel acredita que são os segmentos que vão protagonizar os maiores investimentos no futuro próximo. “Mesmo que essas ferramentas ainda não recebam os maiores investimentos, o ChatGPT é definitivamente a que está fazendo mais barulho, pelo óbvios benefícios que traz para negócios B2C”, afirmou o especialista em estratégias digitais.
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