A Hering sofreu um baque operacional e reportou recentemente queda em seu lucro líquido no segundo trimestre. A marca de roupas e acessórios teve resultado final de R$ 57,2 milhões, um descenso significativo de quase 35% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita bruta foi outro indicativo que revelou as dificuldades da companhia no término da primeira metade do ano, registrando R$ 420,4 milhões – queda de 12,7% na mesma base comparativa.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Hering, Rafael Bossolani, destacou que o segundo trimestre do ano foi marcado por eventos externos, como o clima inesperado e a greve dos caminhoneiros que impactaram negativamente os resultados da empresa.
“As temperaturas mais elevadas do que a média histórica registrada nos meses de abril e maio, notadamente nas regiões Sul e Sudeste – áreas que representam cerca de 80% do faturamento –, prejudicaram a venda das coleções frias realizadas no período; e a greve dos caminhoneiros, ocorrida durante 11 dias no mês de maio, interrompeu a distribuição dos produtos e de matérias primas, atingindo a produtividade nas plantas fabris e prejudicando as reposições de pedidos. Os jogos de futebol também reduziram muito o fluxo nas lojas”, diz Bossolani.
De acordo com o presidente Fabio Hering, diante deste cenário desafiador e apesar da lenta retomada do crescimento econômico, “a companhia permanece focada na recuperação sustentável das vendas, na execução das suas prioridades estratégicas e no balanceamento da operação”.
Entre os meses de abril e junho, a companhia gerou R$ 67,9 milhões de caixa livre, R$ 53,7 milhões acima do 2T17, em razão da menor necessidade de capital de giro pelo menor crescimento, controle dos estoques e alongamento de prazos com fornecedores, além de um controle rígido de despesas, com declínio de 9,1% nas despesas operacionais. Ademais, o retorno sobre capital investido da Cia. Hering foi de 14,4%, o que corresponde a uma alta de 0,5 p.p. sobre o 2T17, em função da melhora do resultado operacional da organização nos últimos 12 meses e do controle no capital investido médio.
Leia mais:
Hering freia expansão de lojas e quer ‘revolução do balcão para trás’
Investimento
Durante o segundo trimestre de 2018, a empresa evoluiu na implementação e na ampliação do omnichannel, com a meta de elevar a capilaridade da rede e minimizar rupturas, uma vez que propicia uma oferta maior da disponibilidade de artigos nos pontos de vendas e a integração dos estoques.
“No período, concluímos a primeira fase do projeto omnichannel para todas as lojas próprias da nossa rede, um total de 88 estabelecimentos. Na primeira etapa, implementamos as modalidades pick-up in store [consumidor acessa a loja virtual via desktop ou mobile, realiza o pagamento online e opta por retirar o pedido em uma loja física de sua escolha] e showrooming [consumidor efetua a compra em um estabelecimento físico de um produto não encontrado e escolhe recebê-lo em outra loja física ou em sua casa]”, destaca o presidente da Cia. Hering, Fabio Hering.
Ao longo do ano de 2018, as modalidades pick-up in store e showrooming serão ampliadas para as franquias, com projeto piloto em três lojas. A previsão de implantação em toda a rede é até o fim de 2019.
Os investimentos no trimestre totalizaram R$ 7,9 milhões, queda de 52,7% em relação ao segundo tri de 2017. Os recursos foram destinados à reforma das lojas próprias e ao projeto omnichannel e, consequentemente, à integração de sistemas de vendas e implementação de sistema B2B de vendas.