A vulnerabiliade da internet das coisas, tal qual a TV ou mesmo um carro, foi tema da palestra de Michelle Wangham, professora do programa de mestrado em computação aplicadada UNIVALI, de Santa Catarina.
Um dos problemas que cercam a internet das coisas é a pouca preocupação da indústria com o uso de um dispositivo que possua uma navegação na internet segura, que faça a comunicação livre de riscos de ataques de hackers e que tenha um bom sistema operacional. Na prática, é comum as empresas utilizarem hardwares mais baratos em aparelhos como a smart tv. Além disso, há casos de empresas que utilizam softwares livres ou gratuitos, o que não é necessariamente um problema. O problema é a aplicação gerada a partir desses softwares, que possuem problemas de seguranças já conhecidos.
“Não acredito que o software traga a vulnerabilidade. O que acontece é a interface aplicada, ou seja, a forma como a informação é processada e resulta na conexão do produto com o celular ou, como é o caso da TV, a maneira como ele navega na internet. A instalação dessa tecnologia aconteceu de maneira muito rápida e sem os testes apropriados. Por meio dessa falha é possível que a sua geladeira, por exemplo, envie um Spam ou algum arquivo malicioso”, disse.
As empresas também são alvos potenciais dessa vulnerabilidade. Imagine, por exemplo, uma fábrica com máquinas controladas remotamente, que trocam dados com o controlador e que armazenem esse dados em nuvem. Saiba que a mesma preocupação com a smart TV, vale também para a máquina industrial. E nesse caso há um agravante: o maquinário pode ser destruído, o que pode resultar em prejuízo para a empresa. O mesmo acontece com empresas que prestam serviços e que utilizam objetos dentro da ideia da internet das coisas. “Os dados dos clientes podem estar em perigo”, alerta Wangham.
Para evitar esse cenário, algo tão possível e que já preocupa fabricantes desses produtos (já existem até empresas especializadas em segurança para a internet das coisas), é preciso ter o mesmo cuidado que temos com o lap top. É preciso saber quais dispositivos são utilizados dentro de cada objeto e quais sistemas de segurança são usados. Além disso, é preciso cuidar de senhas e até atualizar sistemas de internet desses objetos com proteções de ponta. E se ele não possuir, cobre a empresa pelo aprimoramento do sistema.
“Penso que a mesma preocupação que temos com o motor de uma geladeira, será o mesmo com relação ao acesso a internet do objeto. Mesmo porque a invasão pode resultar em problemas mais sérios e comprometer toda a rede de internet de cada pessoa”, disse.
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