As vendas das grandes redes de varejo apresentaram queda real de 8,7% nas vendas em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo indicador do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo). Os números têm como base as vendas das 69 grandes redes associadas ao instituto.
Dentre os segmentos, o de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou em recuo real de 6,02% na comparação anual. A inflação desse segmento acumulada em 12 meses, segundo o IBGE, atingiu 5,49% em agosto.
Já o setor de bens duráveis apresentou, novamente, o pior resultado no mês passado, com queda real de 10,24% em relação ao mesmo período em 2015. Para os empresários do setor consultados, a recuperação da confiança dos consumidores e a retomada do crédito continuam sendo os principais desafios para o segmento. Já inflação acumulada desse setor ficou em 2,81%.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, food-service, drogarias e perfumaria, apresentou queda real de 8,90% das vendas realizadas em agosto.
Apesar da queda no mês, os empresários estimam melhora nos próximos meses, com quedas cada vez menores. A expectativa é que ocorra um recuo de 3,6% em setembro, 3,3% em outubro e de 0,7% em novembro nas vendas totais.
Dentre os segmentos, a previsão para o de semiduráveis é de recuo de 1,15% em setembro, 1,23% em outubro e de 0,15% em novembro. Para o segmento de bens duráveis, as próximas quedas devem ficar em 3,45% em setembro, 2,5% em outubro e de 1,84% em novembro de 2016.
O índice para os próximos meses do segmento de bens não duráveis sinaliza recuos de 4,40% em setembro, 5,51% em outubro e 0,01% em novembro.
“Os pilares macroeconômicos que direcionam o consumo têm influenciado diretamente para baixo o desempenho do varejo, principalmente os indicadores de inflação, que estão muito acima da meta estabelecida, assim como o nível de desemprego, que alcança patamares iguais ao ano de 2011, a contínua desaceleração da massa salarial e o encarecimento e restrição na concessão do crédito”, disse o IDV em nota.