Realizar compras e efetuar transações online passaram a ser um hábito comum no comportamento do consumidor. No entanto, à medida que o cenário online ganha territórios, aumenta também o número de fraudadores. Diante desse cenário desafiador, o painel “Prevenção de fraudes na concessão de crédito sob a ótica da IA” no Seminário Credit and Collection Experience (CCX) abordou esse assunto com Caio Crepaldi, diretor de crédito do Banco Pan; Daniel Vilela, vice-presidente de produtos e soluções da Mastecard Brasil; Dirlene Gonçalves de Castro, head de cobrança e prevenção à fraude do Sem Parar, e Leandro Mello, COO CashMe. O painel contou com mediação de Carlos Augusto de Oliveira, diretor executivo da ABFintechs.
Mitigar perdas relacionadas a fraudes financeiras tem se tornado uma premissa nos negócios e a Inteligência Artificial tem ajudado com a prevenção a fraudes. Dentro da CashMe, fintech especializada em crédito com garantia de imóvel, fraude é um tema supersensível. “Existem duas coisas que podem nos prejudicar: inadimplência e fraude. Se nossa inadimplência explodir ou se tivermos um número elevado de fraudes, a empresa pode quebrar. Fraude nos afeta mais do que afetaria um grande banco, pois temos uma diferença significativa de capital e a tecnologia é fundamental para nos ajudar nesse processo”, pontua Leandro.
Já Dirlene Castro, do Sem Parar, conta que a tecnologia é fundamental para lidar com o grande volume de dados. “No app, o cliente pode fazer transações financeiras, e monitoramos as áreas logadas para detectar fraudes e anomalias no comportamento de navegação. Temos monitoramento transacional, pois, além do risco de crédito e fraude, operamos como um meio de pagamento com uma rede de cerca de 7 mil parceiros, incluindo rodovias, drive-thrus e postos de gasolina”, explica. “Utilizamos IA para tomar decisões em alguns casos, como bloqueios automáticos com notificação ao cliente, mas também mantemos processos manuais para lidar com falsos positivos”, complementa.
IA para maior eficiência
No Banco Pan, a tecnologia tem uma grande importância na concessão de crédito, abertura de contas e contratações. “O lado positivo disso é a minimização de erros humanos e o aumento da eficiência operacional. No entanto, é crucial ter um controle rigoroso, pois o mundo das fraudes é dinâmico e as ferramentas não fazem milagres; elas só funcionam conforme as configuramos”, enfatiza Caio Crepaldi. “É necessário pilotar, aprender e ajustar continuamente as ferramentas, procedimentos e políticas de cada produto”.
A Inteligência Artificial na Mastercard tem aumentado a eficiência dos negócios, dado que a companhia lida diariamente com um volume alto de transações “Quando falamos de tecnologia, alguns exemplos específicos incluem produtos que exploramos para monitorar transações e calcular a probabilidade de fraude. Processamos globalmente milhares de transações por segundo, algo que só é possível com tecnologia avançada. Utilizamos Inteligência Artificial para garantir precisão na detecção de fraudes, o que resultou em uma maior acurácia e na redução de falsos positivos”, explicou Daniel Vilela.
Na visão de Carlos Augusto de Oliveira, da ABFintechs, as empresas contam com motores e parametrizações bastante avançados para qualificar adequadamente o cliente, medir riscos e identificar segmentos corretos, gerando rentabilidade adequada na concessão de crédito. “O Brasil tem se mostrado bastante maduro nesse aspecto, apesar das volatilidades que enfrentamos. A indústria de ferramentas e soluções para modelagem e concessão de crédito está em constante desenvolvimento”, pontua. “No entanto, há um fator que também cresce e desafia o mercado de crédito, comprometendo a receita esperada: a fraude. A fraude acompanha a evolução das soluções de negócios, exigindo inovação constante na prevenção”.
Três pontos-chave sobre crédito e fraudes
- A prevenção de fraudes é um desafio constante que exige a utilização de tecnologias avançadas como a IA;
- A colaboração entre diferentes áreas e a implementação de ferramentas adequadas são fundamentais para garantir a segurança e a eficiência operacional;
- A evolução dos mecanismos de prevenção deve acompanhar a rapidez com que os criminosos se adaptam e inovam.