Em que momento de sua jornada uma empresa começa a perder valor? Normalmente os sintomas parecem suaves, ocasionais, frutos de condições de adversas do mercado ou alguma falha de processo. Repentinamente, a perda de valor torna-se significativa e as empresas então dedicam-se a pensar em como podem recuperar sua capacidade de gerar melhores resultados. Essa reflexão foi propostas por Stuart Hardy, diretor executivo da Berlin School of Creative Leadership, após a primeira atividade de rotação e conexão da delegação com as startups convidadas no Consumidor Moderno Experience Summit.
O foco da provocação de Stuart era o dilema da criação de valor x captura de valor. Quando as empresas começam a perder valor e a entender que a busca de resultados torna-se mais e mais desafiadora, as empresas negam esse efeito, atribuem a causas distintas (e não às suas limitações culturais e falta de compreensão das mudanças competitivas. Na sequência, segundo Stuart, as empresas tentam fazer melhor, mais barato e só então tentam inovar. Nesse ponto, a inovação parece apenas mais um aporte de competência que pode ser assimilado pela cultura. Mas o fato é que a aversão ao risco e a busca por fazer o que se conhece, levam ao fracasso. Em resumo: suas estruturas não comportam inovação, pois são avessas ao que ela representa.
No Brasil, podemos ver claramente esse passo a passo. As empresas agora dedicam-se a criar incubadoras, coworkings, tentam criar ecossistemas que produzem inovação, mas essas ideias acabam barradas da porta para dentro. O fundamento é redesenhar a cultura para que esteja aberta a novas formas de buscar criar valor.
Stuart mencionou uma experiência com Pep Guardiola, o multi vencedor técnico de futebol, campeão no Barcelona, no Bayern e agora no Manchester City, um revolucionário do jogo. Pep consegue fazer seus jogadores “viverem o momento”. Essa noção, transportada para o universo corporativo, é muito evidente nas startups. O fato é que os empreendedores de startups vivem intensamente seu negócio e direcionam sua energia para enfrentar riscos sem se incomodarem com falhas eventuais e perdas.
Mas qual a definição exata para isso, viver o momento? Significa estar consciente do que acontece à sua volta e significa não ter medo das mudanças e do que acontece no meio-ambiente à sua volta. Se no passado, os líderes de negócios preocupavam-se com princípios controláveis e estáveis, foco, público-alvo, segmentos claros, agora as lideranças de sucesso sentem-se à vontade com o risco e a certeza.
O dia de atividades encerrou-se com a apresentação de Gonzalo Torres, da Startup Grind, organização powered by Google, que falou sobre as experiências reservadas para a delegação do CM Summit. A ideia geral é permitir que todos os participantes possam sentir os efeitos reais doBig Bang da era digital, interagindo com startups, scale ups, aceleradoras, ambientes digitais que possam mostrar como o ecossistema atua de forma coordenada e caótica.