O ano começou com boas notícias para os empreendedores brasileiros. De acordo com o Sebrae-SP, em janeiro foi registrada elevação do faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado paulista. No primeiro mês do ano, houve aumento de 3,9% no índice, em comparação com o mesmo mês de 2016.
As notícias boas não acabam aí. Segundo a instituição, esse foi o segundo crescimento consecutivo no indicador de valor das vendas de um mês ante igual mês do ano anterior, após 23 quedas seguidas. A receita total das MPEs no primeiro mês deste ano foi de R$ 45,3 bilhões, o que representa um aumento de R$ 1,7 bilhão em relação ao que foi apresentado um ano antes.
O desempenho é positivo. Contudo, o Sebrae-SP destaca que o crescimento se deu sobre uma base fraca de comparação, uma vez que janeiro de 2016 registrou o pior resultado em termos de índice de faturamento para os meses de janeiro desde o início da série, em 1998.
Segundo a pesquisa, o crescimento da receita foi puxado pelo setor de serviços, que apresentou aumento de 14,1% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2016. A indústria amargou queda de 6,2% na mesma comparação e o faturamento do comércio caiu 2% no período.
Comparações
Segundo o estudo, as MPEs da região metropolitana de São Paulo foram as que mostraram o melhor desempenho em janeiro deste ano ante janeiro de 2016, com elevação de 8,1% no faturamento. No município de São Paulo, porém, os pequenos negócios tiveram um desempenho 6,5% melhor no faturamento.
O faturamento das MPEs do interior ficou estável, com uma variação de -0,1% no período. Já as MPEs do Grande ABC não tiveram o que comemorar, pois a receita delas caiu 7,4%; muito disso se deve ao fato de a região concentrar muitas empresas da indústria, setor que vem apresentando os resultados mais fracos.
Outro dado positivo em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2016, foi a alta de 4,4% do rendimento dos empregados das MPEs paulistas, já descontada a inflação. No entanto, a folha total de salários diminuiu 2,3% no mesmo confronto e há menos gente ocupada: a parcela de pessoal ocupado ficou 1,4% menor no período.
E os Microempreendedores Individuais?
Para eles, as notícias não são tão boas. Enquanto as MPEs tiveram dois meses seguidos de elevação no faturamento, os Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas ainda não viram sinal de melhora. O faturamento da categoria caiu 11,3% em janeiro ante igual mês de 2016. Foi a 18ª queda consecutiva na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior (o levantamento relativo aos MEIs começou a ser feito em agosto de 2014). A receita total dos MEIs, em janeiro, ficou em R$ 3,4 bilhões, o que significa R$ 437,6 milhões a menos no caixa em relação a um ano antes.
Os MEIs do interior do Estado tiveram a maior perda: o faturamento no período caiu 12,1%; já os MEIs da região metropolitana de São Paulo viram seus ganhos encolherem 10,6%.
O que esperar?
A pesquisa revelou que, em fevereiro, 46% dos proprietários de MPEs disseram esperar manutenção do faturamento da empresa nos seis meses seguintes. Para 38%, haverá melhora na receita. Em relação ao nível de atividade da economia, 50% dos donos de MPEs aguardam estabilidade e 34% esperam melhora nos próximos seis meses, uma diferença sensível em relação aos 16% que esperavam avanço na economia em fevereiro de 2016.
Na opinião dos MEIs, 55% afirmaram, em fevereiro, esperar melhora para a receita da empresa nos próximos seis meses e 35% acreditam que o faturamento ficará estável. Em relação ao nível de atividade da economia brasileira, 47% acham que haverá uma melhora e 40% falam em estabilidade. Segundo avaliação inédita do Sebrae-SP, 21,3% dos proprietários de MPEs pretendem investir na empresa em 2017, 73,2% não pretendem fazê-lo e 5,5% não sabem se investirão ou não.
Entre os que pretendem investir, 60% planejam modernizar o negócio, 40,8% querem ampliar a capacidade produtiva, 19% desejam capacitar funcionários e 18,7% falam em investir em marketing, propaganda e publicidade. Dos que não pretendem investir, 41,7% apontam como motivo para não fazê-lo a incerteza sobre a economia, 39,8% alegam falta de recursos e 18,2% informam que a estrutura atual atende suas necessidades.