Muito falado entre entusiastas do mundo gamer, o metaverso é um novo conceito capaz de integrar o mundo real ao digital por meio de tecnologias como realidade virtual ou aumentada, podendo também utilizar hologramas para representar cada usuário. Assim, em um jogo, por exemplo, há a possibilidade de experiências mais reais, o que aumenta a motivação e engajamento dos usuários em diversas atividades profissionais como uma ferramenta otimizadora de facilidades.
“Vale esclarecer que o metaverso não se trata de uma única plataforma tecnológica. Na verdade, tem a ver com uma mudança de comportamento das pessoas, de modo que elas busquem ter mais experiências tridimensionais”, explica Camila Silveira, especialista em marketing digital, criadora do Métodoi9 para empreendedores que buscam expandir suas vendas no mercado digital.
Nova realidade traz oportunidades de estudos e entretenimento
A proposta do metaverso é que os usuários façam quaisquer outras atividades comuns do mundo habitual, como estudar, trabalhar, investir, fazer compras ou comparecer a eventos virtuais. “Estudos apontam que até 2026, 25% das pessoas deverão gastar pelo menos uma hora por dia em algum ambiente do metaverso. E como em todas as outras mudanças tecnológicas, quem primeiro se move, além de dominar a tecnologia com maior facilidade, tem muitas oportunidades comerciais”, recomenda a especialista.
Camila diz que as aplicações do metaverso são inúmeras. “Quem já esteve em um parque temático como a Disney ou a Universal, por exemplo, certamente experienciou situações semelhantes nas atrações que envolvem simuladores. Soluções de tecnologia, tais como realidade virtual e simuladores em 3D, são um exemplo de aplicação. Mas as novidades não param por aí”, pontua.
Na educação, o metaverso permite simular ambientes como salas de aula ou laboratórios, permitindo que o aluno tenha vivências reais de sua experiência de aprendizado. Em e-commerces, a ideia é melhorar a experiência dos clientes, que podem experimentar roupas, acessórios ou equipamentos de forma virtual e totalmente remota.
O metaverso pode ser aplicado até em profissões exigentes, como a medicina, um dos segmentos com maior potencial para o uso das novas tecnologias. “Várias possibilidades estão sendo desenvolvidas: cirurgias à distância e roupas capazes de medir o nível de temperatura e transpiração do corpo são algumas das inovações que possibilitem o mundo virtual efetivar todas as facilidades no mundo real”, afirma Camila Silveira.
Como usar o metaverso para os negócios?
Já no universo corporativo, várias são as possibilidades: desde reuniões com interação virtual entre os participantes até treinamentos especializados. Na indústria automotiva e na gestão de armazéns logísticos a tendência é bastante promissora e foi acelerada pela pandemia, mas já fazia parte de um futuro inevitável – que virou presente – e deve fazer parte de até 68% das atividades profissionais até o ano de 2024.
Para a especialista, o segredo em utilizar a tecnologia e ter bons resultados é a humanização envolvida em toda a jornada do cliente: “Costumo falar que temos que utilizar todos os meios tecnológicos para facilitar atendimentos e promover a praticidade em atender as necessidades e melhorar a experiência do cliente, mas não podemos nos tornar robôs e esquecer que por trás de toda necessidade existe um vínculo emocional que faz com que todos os projetos se realizem”.
Profissões do futuro
Desde que Mark Zuckerberg anunciou a troca do nome da sua empresa de Facebook para Meta Platforms Inc., surgiram diversos debates acerca das possibilidades que o metaverso pode proporcionar. Com o mercado de trabalho, não foi diferente. Com a chegada desta nova realidade, profissionais de das mais diversas áreas se preparam para a imersão neste universo.
Atualmente, as profissões mais comuns no metaverso são: coach, psicanalista e consultor de marketing. No entanto, novas profissões devem surgir devido às novas necessidades do ambiente virtual, como:
● Consultor de imagem: reproduz a imagem de quem se é no mundo real ou cria uma nova personalidade ao usuário
● Designers de vestuários para avatares: estilistas do mundo virtual, são responsáveis pela criação das roupas usadas pelos avatares
● Gestor de segurança: monitora os mundos virtuais, garantindo a segurança dos usuários, contra hackers, assédio, usuários burlando leis e regras estabelecidas
● Metamédicos e gestores de saúde: responsáveis por realizar diagnósticos e testes virtuais, através dos dados biométricos e físicos dos avatares
● Arquitetos e designers: responsáveis pelas construções de objetos, lugares ou experiências no metaverso
● Diretores de eventos: profissionais que entendam da realização de concertos, exposições, eventos e conferências em ambientes virtuais
● Corretores de imóveis: responsáveis por compra e venda de terrenos em plataformas como Decentraland e The Sandbox
● Criador de mundo e storytelling: responsável por planejar roteiros para criar experiências imersivas de narrativas para todos que visitam o mundo virtual
● Construtores de hardware: responsável pela criação de servidores e alimentação das comunidades virtuais;
● Gestor de investimentos: oferece suporte na busca pelos melhores investimentos no mundo de criptoativos para potencializar seus rendimentos dentro e fora do metaverso
● Especialista em estruturação de linhas de crédito: profissionais que irão estruturar linhas de crédito em criptomoedas para compra de NFTs.
Metaverso encontra obstáculos para se difundir
Ainda que conte com muitas promessas, o Metaverso precisa vencer a insuficiência de tecnologias avançadas para atingir uma grande parcela da população mundial. Mas este não é o único impecilho que precisa ser resolvido ao longo dos anos. Camila Silveira elenca as principais delas:
● falta de dispositivos portáteis e potentes para fazer com que a experiência seja colocada em prática;
● falta de pesquisa usuários de diversas realidades sociais para saber se eles estão dispostos a passar pela experiência;
● necessidade de internet e servidores melhores, visto que milhões de pessoas poderão acessar o ambiente virtual ao mesmo tempo, e
● alto custo dos equipamentos usados para a imersão.