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Presidente do Banco Central Europeu pede urgência para criação do euro digital

Presidente do Banco Central Europeu pede urgência para criação do euro digital

Christine Lagarde pede agilidade para criação da legislação para lançar o euro digital, em vez de stablecoins ou outros criptos.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, em seu discurso no Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, ressaltou a importância do lançamento do euro digital. Assim, pediu para os legisladores acelerassem a criação de uma legislação para a criação da moeda.

“O cenário econômico global continua a enfrentar uma incerteza econômica e política excepcionalmente elevada, mas, como afirmei recentemente, ‘momentos de mudança também podem ser momentos de oportunidade’”, afirma Lagarde. “O apoio ao euro atingiu o nível mais alto da história. Agora é o momento de tornar a economia da área do euro mais produtiva, competitiva e resiliente.”

Para isso, a presidente propõe a criação de políticas fiscais e estruturais direcionadas, além de investimentos estratégicos. Também aponta que as propostas do Competitiveness Compass – roteiro estratégico apresentado pela Comissão Europeia para reanimar o crescimento econômico do bloco – devem ser aprovadas rapidamente. Por fim, está a criação do arcabouço legislativo para a introdução do euro digital.

“Ao tomar as decisões de política corretas, podemos aproveitar o impulso atual para melhorar as perspectivas econômicas da Europa e de seus cidadãos”, afirma Lagarde.

Euro digital

Em junho de 2023, a Comissão Europeia chegou a propor uma legislação para a criação do euro digital. No entanto, desde então, não houve avanços – principalmente, devido à resistência dos parlamentares. Para que o Banco Central Europeu viabilize a criação da moeda digital, é preciso, antes, dessa aprovação do Parlamento.

A proposta é que a nova moeda digital seja disponibilizada para todos os residentes da zona do euro. Enquanto o euro digital seria viabilizado pelo Banco Central Europeu, a disponibilidade ficaria sob a responsabilidade de bancos e operadoras de wallets. No entanto, algumas instituições financeiras estão preocupadas com essa possibilidade.

Segundo um estudo da PwC, a pedido de alguns órgãos do setor europeu, a moeda digital poderá custar entre 18 bilhões e 30 bilhões de euros. O valor compreende despesas técnicas, operacionais e comerciais para o setor.

O problema das stablecoins

Em seu discurso, Lagarde abordou as possibilidades de viabilizar stablecoins – criptomoedas que possuem lastro com algum outro tipo de ativo, para promover maior estabilidade – e cripto-assets. Este segundo, de acordo com a presidente, vem se tornando um segmento de desenvolvimento acelerado no cenário financeiro.

“Criptoativos sem lastro viram sua capitalização de mercado disparar de menos de € 200 bilhões no início de 2020 para cerca de € 2,7 trilhões neste ano. Esse crescimento notável foi marcado pela especulação dos investidores e por uma volatilidade extrema dos preços. Essas características tornam tais ativos inadequados como meio de troca confiável e expõem os investidores a riscos significativos”, afirma Lagarde.

Já em relação às stablecoins, a presidente destaca que essas moedas são emitidas de forma privada, o que pode oferecer riscos à política monetária e à estabilidade financeira.

“Esses ativos nem sempre conseguem manter seu valor fixo, comprometendo sua utilidade como meio de pagamento e reserva de valor”, destaca. “Além disso, uma possível migração dos depósitos usados para pagamentos e poupança – dos bancos para as stablecoins – poderia afetar negativamente a transmissão da política monetária por meio dos bancos. As stablecoins, portanto, precisam ser regidas por regras sólidas, especialmente quando operam além das fronteiras internacionais.”

Ela ainda destacou que a União Europeia lançou o primeiro framework regulatório para as stablecoins. Mas, por esses motivos, o euro digital ainda representa uma prioridade estratégia para o Banco Central Europeu.

“Além de mitigar alguns dos riscos apresentados pelas stablecoins, um euro digital ajudaria a resguardar o sistema financeiro e monetário europeu, baseado nos bancos. Ele não apenas reforçaria a autonomia estratégica da Europa, como também garantiria um sistema de pagamentos de varejo europeu inovador e resiliente.”

Drex: a moeda brasileira

Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central trabalha para lançar o Drex, a versão digital do real baseada em blockchain. A data para o lançamento oficial da moeda ainda não foi definida.

O Drex seguirá as mesmas regras impostos à moeda física, definidas pelo Sistema Financeiro Nacional e da política monetária brasileira. Além disso, precisará da intermediação de bancos para que os consumidores brasileiros possam utilizá-lo. O objetivo é que, além de facilitar transações de compra, venda e transferência de titularidade. O Drex também poderá apoiar solicitações de crédito e eliminar burocracias em cartórios, por exemplo – principalmente por meio dos chamados smart contracts.

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