É natural que, em um cenário de recessão, os consumidores façam compras planejadas e pesquisem preços mais do que o normal. Assim, as marcas procuram cada vez mais se enquadrar nesse novo perfil comportamental e, muitas vezes, enfrentam alguns desafios para alinhar estratégias promocionais ao incremento real de volume vendido, especialmente em momentos como a Black Friday. Vale a pena apostar nessa data? Um estudo especial da Nielsen procura analisar as principais questões que envolvem esse momento do comércio.
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No e-commerce
O canal movimentou R$ 1,6 bilhões na última Black Friday, um crescimento de 38% no comparativo com 2014, com a participação de 1,64 milhões de brasileiros. Importante ressaltar que o evento ainda é mais centralizado na região Sudeste, onde estão concentrados 70% dos compradores. Para 2016, a perspectiva é de crescimento acima da média anual, já que outras datas comemorativas conseguiram superar as expectativas.
Novos ares
Em 2015, o faturamento do evento no Autosserviço foi de R$ 2,1 bilhões e a projeção linear para 2016, considerando a evolução da data desde 2013, é de R$ 2,4 bilhões.
O estudo destaca que um canal que pode virar a chave e se destacar na Black Friday é o Hipermercado. Após um longo período de retração e perda de penetração, o Hiper vem se estabilizando, apresentando no ano passado um índice de vendas 11% superior na BF em comparação com as demais semanas no ano. “Os consumidores que frequentam esse canal valorizam mais a experiência de compra e são exigentes, ou seja, um bom serviço pode atraí-los mais facilmente”, comenta Jamerson Alves, executivo da Nielsen.
Marcas próprias
Considerando um aumento nos gastos durante a Black Friday de 2015, os consumidores estão mais abertos a produtos de marcas próprias, sendo duas das cinco marcas mais presentes no carrinho do comprador, reflexo também de uma maior ativação de descontos por parte dos varejistas – o percentual de volume vendido sob promoção na BF é 50% maior que as demais semanas do ano. “Como o consumidor vai à loja comprar produtos mais caros durante a BF, o varejo pode aproveitar desse maior fluxo e oferecer benefício de preço e melhor execução com as suas marcas”, pontua Alves.
Os preferidos
Um dos principais mercados em destaque e que tem tradição na Black Friday é de eletrônicos – sua importância é 2,5 vezes maior que a média das demais semanas do ano. No entanto, para o varejo, os produtos de FMCG (bens de grande consumo) ainda são mais relevantes, respondendo por 76% do faturamento na data festiva. Segundo a análise da Nielsen, a cesta de Bebidas Alcoólicas é a principal na BF, contribuindo para o crescimento do evento em +87% e dobrando a importância de ações de redução de preço temporária (63%), com destaque para Whisky (+256%), Vodca (+78,9%) e Cerveja (+34,1%), categorias mais alavancadas durante o período.
As marcas premium são as que impulsionam essa cesta, sendo 69% superior às demais semanas e contribuindo em 56% para o aumento de volume. Além disso, o cenário é positivo para os fabricantes líderes dessas categorias, que alcançam participação de mercado 34% maior em relação à média das demais semanas.