Depois do aumento visto em fevereiro, o índice de adequação dos estoques do comércio varejista da região metropolitana de São Paulo (RMSP) apresentou queda de 8,8%, passando de 103,9 em março de 2015 para 94,7 pontos este mês. Ao todo, 37,2% dos empresários afirmaram que contavam com mais mercadorias do que o ideal, enquanto 15,3% declararam que seus estoques estavam abaixo do adequado.
Os dados são do Índice de Estoques (IE) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
Em nota a FecomercioSP afirma que o resultado indica que, por mais conservador que esteja o empresário, está muito difícil vender e, consequentemente, desovar os estoques excessivos.Com isso, a tendência é de que o resto da economia também fique em ritmo de espera, uma vez que ainda não há sinal de retomada das compras do varejo junto a fornecedores. No comparativo com o mesmo mês de 2015, a proporção de empresários com estoques acima do adequado apresentou alta de cinco pontos porcentuais, mas houve quedas entre os que declararam estar com estoques abaixo do adequado (-0,3%), bem como entre os que afirmaram estar com nível adequado de mercadorias (- 4,4%).
Segundo a assessoria econômica da entidade, este ano está cada vez mais parecido com 2015, e a aparente trégua da deterioração econômica não é mais vista. Agora, o consumidor se assusta com a taxa de desemprego crescente, a falta de prognósticos de curto e médio prazos e a incerteza política que paralisa completamente a tomada de decisões econômicas pelas autoridades.
Por fim, a FecomercioSP destaca ainda que, para este ano, não é esperada uma retomada do crescimento econômico e, embora os empresários tenham começado o ano com uma noção mais clara da gravidade e da duração dessa crise, que atinge o consumo e prejudica o mercado de trabalho com aumento de desemprego, a postura conservadora do varejo não está conseguindo acompanhar a queda das vendas. O cenário é preocupante, e com renda, emprego e confiança em queda somando-se à inflação, aos altos juros e à queda do volume de empréstimos, não há espaço para o otimismo.