Metade dos brasileiros com mais de 16 anos já tiveram ou conviveram dentro de casa com alguém que passou por esgotamento mental. O esgotamento extremo é aquele que não acaba mesmo após um dia de descanso. O levantamento faz parte da Campanha “Bem Me Quer, Bem Me Quero: Cuidar da Saúde Mental é um Exercício Diário”, referente ao Setembro Amarelo, campanha dedicada à prevenção do suicídio.
A pesquisa “Saúde Mental dos Brasileiros 2022” foi encomendado pela Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e pela Viatris, nova empresa de saúde global, com o propósito de empoderar as pessoas ao redor do mundo para viverem com mais saúde em todas as fases da vida.
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Mulheres e jovens sofrem mais do esgotamento mental
Na pesquisa Datafolha, 53% dos participantes confirmaram ter passado ou convivido com alguém que passou por um período de cansaço e desequilíbrio emocional extremos, seguidos de uma sensação de desgaste físico e mental que perdurou por mais de um dia.
A maioria dos impactados eram mulheres. Praticamente 6 em cada 10 (57%) afirmaram passar por algum tipo de contato com esgotamento mental. Outro fator levantado pela pesquisa que chama a atenção é o fato de os jovens serem a faixa etária que mais vivencia situações de estresse e cansaço por mais de um dia. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, 63% vivenciaram situações de esgotamento.
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“O mais recente retrato da saúde mental do brasileiro revela percepção de esgotamento e sofrimento emocional. A pesquisa também chama a atenção pelo fato de adultos jovens serem mais propensos a terem essa percepção. É preciso olhar para os motivos, mas também propor medidas para mudar esse cenário”, comenta o médico psiquiatra Dr. Fernando Fernandes.
A Abrata é uma entidade civil sem fins lucrativos, que reúne representantes de universidades, voltada à divulgação de informação e ao atendimento de pessoas portadoras de transtornos do humor, como depressão e transtorno bipolar, assim como de seus familiares e amigos.
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Pandemia intensificou esgotamento
A pesquisa também evidenciou que 8 em cada 10 brasileiros concordam que durante a pandemia ocorreu um aumento dos momentos de angústia e ansiedade. Norte e Nordeste foram as regiões de maior percepção (84%), seguido do Sudeste (80%), Centro-Oeste (78%) e Sul (69%).
O estudo também revelou que 34% dos brasileiros declararam ter passado por problemas psicológicos durante a pandemia de Covid-19. O número, apesar de ainda representar praticamente um terço da população, é menor do que o cenário que a pesquisa Datafolha indicava em 2021, quando o percentual chegava a 44%.
“O motivo dessa queda nos resultados pode estar relacionado a uma percepção diferente sobre os riscos à saúde, além de uma eventual melhora no ambiente econômico comparados ao momento mais agudo da Covid-19”, avalia o psiquiatra.
O levantamento foi feito presencialmente entre os dias 2 e 13 de agosto em 130 municípios em todo o Brasil. Ao todo, foram entrevistadas 2.098 pessoas a partir de 16 anos, de todas as classes econômicas.
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