O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 11%. Resultado já era previsto e foi divulgado nesta quarta (16), gerando declarações de protesto da Força Sindical, Contraf, CNDL e de apoio da CNI e Fecomercio.
O Banco Central usa a Selic para tentar conter a inflação que, segundo a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), não pode ultrapassar os 6,5% neste ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (ICPA) acumulado dos últimos doze meses divulgado pelo IBGE apresenta 6,52% até junho e estimativa do boletim Focus do BC é que encerre o ano em 6,48%.
De acordo com a Confederação Nacional de Lojistas (CNDL) a taxa de juros nesse patamar prejudica o varejo. ?Os juros altos impactam negativamente nas vendas a prazo e dificultam a situação das famílias endividadas?, publicou em nota.
“Por falta de investimentos e por apostar numa política fiscal expansionista, o Brasil agora tem que tomar o mais amargo dos remédios para frear a inflação”, disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e a Força Sindical também se manifestaram contrárias à manutenção da taxa. ?Os únicos beneficiados são os bancos, os rentistas e grandes especuladores financeiros, que continuarão lucrando?, ressaltou a Contraf.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) saiu em defesa do Governo e declarou que a medida foi acertada considerando o cenário ?complicado? de inflação alta e baixo crescimento econômico.
?O Copom optou pela cautela antes de assumir postura mais conservadora – elevando o custo da dívida pública e dos financiamentos sem necessidade -, ou mais ousada – ampliando o risco inflacionário de forma precoce?, divulgou em nota.
Apesar de concordar que a Selic não pode ser o único instrumento para conter a inflação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também concordou com a decisão, considerando que se os juros estivessem maiores aumentariam os ?obstáculos? enfrentados pela economia do País.
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