O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu e manteve a taxa Selic em 11% ao ano. Foi a primeira vez que os valores não foram alterados, depois de nove altas consecutivas. Apesar disso, taxa é a maior desde novembro de 2011. A taxa de juros tem sido utilizada pelo Governo Federal como ferramenta para conter a inflação.
Depois do anúncio, entidades ligadas ao comércio se pronunciaram. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) se posicionou favorável à manutenção da taxa. A entidade acredita que as sucessivas altas na Selic nos últimos meses começaram a surtir efeitos no combate à inflação.
?Mesmo que amargo, o ciclo de aumentos da taxa básica de juros foi um remédio necessário. Pior seria deixar os índices subirem em patamares próximos aos da Argentina e da Venezuela?, publicou em nota. Para a Fecomércio-SP, estes países vizinhos ?sofrem as consequências negativas da perda de controle inflacionário, entre eles a desorganização econômica generalizada?.
Já a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgou nota em que ?reprova? a manutenção da Selic em 11% ao ano. O presidente da entidade, Roque Pellizzaro Junior, criticou o Governo, argumentando que a taxa já estaria em um patamar excessivamente alto e atribui aos juros altos o encarecimento do crédito e o resfriamento da atividade comercial.
O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) divulgou que o primeiro trimestre do ano apresentou indicadores superiores aos de 2013, com média de crescimento de 5,2% contra 2,2% no ano passado. Números sugerem perspectivas melhores para o varejo nacional neste ano, ao menos pelas perspectivas das 49 empresas varejistas associadas ao Instituto.
A meta de inflação para este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos percentuais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está em 6,28% nos últimos doze meses e no acumulado de 2014, 2,86%. Estimativa do Banco Central é que o índice termine o ano em 6,47%. A Fecomércio-SP ressaltou que ?o sucesso no combate à inflação ainda levará um tempo e requer postura firme do Copom, inclusive com a retomada de eventual ciclo de altas da Selic, caso seja necessário?.