Pilha é um daqueles utensílios que nunca pode faltar em casa e, ao mesmo tempo, poucos consumidores dão a devida importância – ao menos, claro, quando ela é realmente necessária.
A Consumidor Moderno foi a cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, para conhecer a fábrica de pilhas da Panasonic, uma das líderes desse segmento no Brasil e que fabrica 30 milhões de pilhas por mês. Depois de um tour pela fábrica, a reportagem bateu um papo sobre o universo das pilhas – incluindo o futuro desse produto.
A seguir, acompanhe um resumo da conversa com Luciano Lima, head de marketing para pilha da Panasonic.
Mercado de pilha
Quando o assunto é unidade de produto vendido, a pilha é um mercado considerado estável. Um ano, ele cresce 2%, em outro cai 3%. A situação é diferente se considerarmos o faturamento do mercado de pilhas. Estamos falando de um crescimento vertiginoso ano após ano. Entre 2013 e 2014, o faturamento cresceu 10% e isso vem se mantendo ao longo do tempo. Então, considerando os últimos cinco anos, tivemos um crescimento no faturamento de 8 a 9%. Tudo indica que registraremos exatamente esse crescimento em 2018.
Alcalinização do mercado
Existem algumas tendências que conseguimos identificar e ela se traduz na chamada alcalinização do mercado, ou seja, o consumo de pilhas alcalinas. Isso ainda é lento no Brasil, mas está crescendo o consumo. Hoje, a pilha comum ainda tem uma grande participação de mercado, algo em torno dos 40%. Então, não é uma coisa que vai acabar da noite para o dia em um curto espaço de tempo. No entanto, quando a gente vai para os grandes centros urbanos, a pilha alcalina está crescendo em popularidade e já é o produto mais consumido quando o assunto é pilha.
Alcalinização pelo mundo
Essa taxa de alcalinização é bem maior em mercados mais maduros. No Japão, essa taxa é de 90% e os EUA não ficam longe disso. Nós já começamos a notar uma evolução nessa alcalinização no Brasil. Aliás, acreditamos que daqui a 10 ou 20 anos, o país deverá alcançar esse patamar japonês.
Mas qual a diferença entre nós e eles?
Isso está relacionado a exigência de energia de equipamentos disponíveis nesses mercados. Esses produtos eletrônicos pedem cada vez mais energia. Isso nos leva a outra tendência: as pilhas estão cada vez menores porque os produtos eletrônicos estão diminuindo. Hoje, por exemplo, a pilha palito está crescendo ano após ano e já é mais representativa do que a pilha pequena.
Marketshare da Panasonic
Falando de dados de mercado, a Panasonic tem 34% de marketshare em unidades de pilhas. É a segunda marca. E, segundo a consultoria Nielsen, é a fabricante que mais ganhou marketshare nos últimos cinco anos. E isso falando nas duas categorias: tanto a pilha comum quanto pilha alcalina. Estamos bastante sólidos nesses dois segmentos.
Na pilha comum, por exemplo, a gente sai de 29% e cresce para 41% na última leitura. Na pilha alcalina, fomos de 10% para 20% agora. Então, a gente dobrou de tamanho nos últimos anos. Aliás, também na pilha alcalina, nós também já somos a segunda marca.
Energy Division da Panasonic
Pouca gente sabe, mas pilha é apenas um braço do negócio “energia”. Aliás, no Japão, pilha está inserida dentro do Energy Division. Mas o que se discute dentro dessa divisão além da pilha?
A Panasonic reinveste algo em torno de 6% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Em pilhas, isso não é diferente. Nós dizemos que somos da Energy Division, que é um setor que olha para a inovação, o futuro e tudo aquilo que é tendência dentro desse produto. No Japão, fala-se em painel solar, inclusive fornecido por nós da Panasonic. Sim, nós produzimos essas placas. Mas aqui no Brasil ainda se fala muito pouco nesse assunto. Além disso, a Panasonic é parceria da Tesla no desenvolvimento do seu veículo híbrido.
A pilha do futuro e o futuro da pilha
Olhando para um curto espaço de tempo, o mercado continua esse. Mas, talvez, lá na frente, venham aí novas tecnologias. A pilha recarregável, que é uma tendência, ainda é uma fatia pequena do mercado. Hoje, isso representa 2% do mercado geral de pilhas. E, sinceramente, não notamos um crescimento ano após anos. Há também novas tecnologias em questão de pilhas ou baterias. É o caso da bateria de litium.