As famílias brasileiras estão aos poucos se recuperando economicamente. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em junho, 58,1% das famílias estão endividadas, uma queda de 0,6 pontos em comparação a maio. É a quinta queda seguida do indicador, que vem apresentando recuo desde fevereiro, quando registrou 60,8%.
Com relação às contas em atraso, houve uma pequena melhora na comparação mensal: de 23,7% registrado em maio para 23,5% obtido em junho. No entanto, houve acréscimo com relação ao mesmo período do ano passado quando o indicador demonstrava que 21,3% das empresas brasileiras estavam inadimplentes.
Ao mesmo tempo, as expectativas para sanar as dívidas não estão positivas. Dentre os entrevistados, 9,1% afirmaram que não teriam condições de pagar suas contas atrasadas, ante 9% no mês passado e 7,9% em junho de 2015.
A situação econômica impacta diretamente a situação dos consumidores brasileiros. “A retração no consumo, observada nos últimos meses, tem acarretado na queda do endividamento. No entanto, as taxas de juros mais elevadas e a deterioração do mercado de trabalho vêm causando impacto negativo nos indicadores de inadimplência”, avalia a economista da CNC Marianne Hanson.
Mais de seis meses de preocupação
A proporção de famílias que se declararam muito endividadas aumentou entre os meses de maio e junho deste ano – de 14,9% para 15% do total. Na comparação anual, houve alta de 2,5 pontos percentuais. O tempo médio de comprometimento com as dívidas foi de 7,3 meses, sendo que 35,2% das famílias estão comprometidas com dívidas por mais de um ano. Desse total de pessoas, 22,8% têm mais da metade da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.