O que Steve Jobs, Bill Gates, Elon Musk e Larry Ellison têm em comum? Além de terem sido CEOs de empresas inovadoras e de grande sucesso – Apple, Microsoft, Tesla e Oracle, respectivamente –, todos também são inventores.
Um estudo recente publicado no Journal of Financial Economics descobriu que as empresas lideradas por CEOs inventores, ou seja, aqueles que têm pelo menos uma patente em seu nome, são mais inovadoras.
De acordo com o estudo, essas empresas não apenas registraram mais patentes, mas essas patentes também eram comercialmente mais valiosas e cientificamente mais influentes do que as concedidas a empresas não lideradas por inventores.
A pesquisa demonstrou também que as inovações associadas a essas patentes também eram mais disruptivas, resultando na introdução de mais produtos inovadores, em comparação com empresas similares.
Os resultados do estudo, segundo os pesquisadores, podem ser explicados pela capacidade superior de um CEO inventor de avaliar, selecionar e executar projetos de investimento inovadores relacionados à sua própria experiência prática.
Sanjay Mehrotra, CEO da Sandisk, tem mais de 70 patentes registradas em seu nome. Em entrevista aos pesquisadores, ele afirma que sua experiência inovando aprimorou sua capacidade de gestão.
“Me ajudou bastante a compreender as limitações da nossa tecnologia e a avaliar as complexidades dos desafios futuros. Isso faz uma grande diferença na criação de planos estratégicos e no gerenciamento da execução”
Os pesquisadores também investigaram os efeitos da saída do CEO da empresa e descobriram que há um impacto negativo maior na companhia após o desligamento de um CEO inventor.
“Descobrimos que a produção e a relevância das patentes diminuíram significativamente após a saída de um CEO inventor. Esse declínio na atividade de inovação ocorreu principalmente nas áreas de tecnologia em que os CEOs tiveram sua experiência, apontando novamente a influência direta de um CEO inventor no sucesso da inovação de sua empresa”, dizem os pesquisadores Emdad Islam e Jason Zein, em artigo publicado na Harvard Business Review.
Como a pesquisa foi feita
Para definir quem seriam os “CEOs inventores”, os pesquisadores rastrearam o histórico de invenção de 935 destes profissionais em empresas de alta tecnologia listadas em bolsa nos Estados Unidos, com base em informações do Escritório de Marcas e Patentes americano desde 1975.
Foi determinado que um “CEO inventor” teria que ser nomeado criador de pelo menos uma patente. Nesta metodologia, cerca de 20% das empresas estudadas tinham um CEO inventor.
Depois, os pesquisadores compararam as tecnologias patenteadas (em termos de volume e impacto) das empresas com os CEOs inventores e as empresas não lideradas por inventores durante um período de 17 anos a partir de 1992.
As empresas comparadas tinham níveis semelhantes de investimento em pesquisa e desenvolvimento, estavam em um estágio semelhante em seu ciclo de vida (tamanho e idade similares) e estavam no mesmo setor da indústria.
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