De janeiro a julho deste ano foram registradas 1.199.373 novas empresas, o maior número para o período desde 2010. O levantamento, realizado pela Serasa Experian, mostra também que o resultado foi 1,8% maior que o registrado nos primeiros sete meses do ano passado. Considerando somente o mês de julho, foram detectadas 178.633 novas empresas, número 4,7% menor do que o apurado em no mesmo mês de 2015.
Segundo os economistas da instituição, o recorde de novas empresas no Brasil foi determinado pelo chamado empreendedorismo de necessidade, em razão da redução brusca de vagas no mercado formal de trabalho. Sem emprego, as pessoas estão abrindo novas empresas visando a geração de alguma renda, diante do cenário econômico atual. Além disso, o processo menos burocrático de formalização de pequenos negócios, trazido pela lei do MEI, também tem impulsionado a criação de novas empresas nesta categoria.
De acordo com o levantamento, foram criadas 953.060 novos Microempreendedores Individuais (MEIs) nos primeiros sete meses do ano. Já as Sociedades Limitadas registraram queda de 13,5%, considerando o mesmo período comparativo. A criação de Empresas Individuais caiu 30,2%, a maior queda entre as naturezas jurídicas, com um total de 75.451 novos negócios entre janeiro e julho de 2016. O nascimento de novas empresas de outras naturezas teve alta de 9,2%, com 67.429 nascimentos nos primeiros sete meses do ano.
A crescente formalização dos negócios no País e o empreendedorismo de necessidade são os responsáveis pelo aumento constante das MEIs, registrado desde o início da série histórica do indicador. Em sete anos, passaram de menos da metade dos novos empreendimentos (44,5%, em 2010) para 79,5% neste último levantamento.
No recordo por setores: serviços, continua sendo o mais procurado pelos novos empreendedores. Nos primeiros sete meses do ano foram criadas 755.011 novas empresas neste segmento, o equivalente a 63,0% do total. Em seguida, aparecem as empresas comerciais (341.683), com 28,5% do total. Já no setor industrial, foram abertas 99.444 empresas (8,3% do total) neste mesmo período.
O estou mostra que durante os últimos seis anos, houve um crescimento constante na participação das empresas de serviços. Entre janeiro e julho de 2010, elas representavam 53,1% do total de novas empresas, e no mesmo período deste ano esse número passou para 63,0%.
Por outro lado, no entanto, observa-se que a participação do setor comercial, na mesma base de comparação, recuou de 35,4% em 2010, para 28,5% neste ano. Já a participação das novas empresas industriais se mantém estável.
Entre as regiões do País, o Sudeste lidera o ranking de nascimento de empresas, com 615.490 novos negócios abertos entre janeiro e julho de 2016, ou 51,3% do total. A Região Nordeste aparece em seguida, com 16,7% (200.389 empresas). O Sul segue em terceiro lugar, com 16,6% de participação e 198.622 novas empresas. O Centro-Oeste registrou a abertura de 105.397 empresas e foi responsável por 8,8% de participação, seguido pela Região Norte, com 58.417 novas empresas ou 4,9% do total de empreendimentos inaugurados.
De acordo com o levantamento, o Sudeste apresentou a maior alta no nascimento de empresas: de 2,6%. Na Região Sul cresceu 1,4% no período. Em todas as demais regiões houve queda, sendo a maior delas no Nordeste (5,5%), seguida pelo Centro-Oeste (4,4%) e Norte (3,3%).
Por fim, o estudo aponta São Paulo como o Estado responsável por 28,0% dos novos empreendimentos, totalizando 336.413. Em seguida, Minas Gerais, com 132.209 nascimentos, 11,0% do total. A terceira posição no ranking nacional de nascimentos de empresas, de janeiro a julho deste ano, ficou com o Rio de Janeiro, com 129.397 novos empreendimentos, 10,8% do total.