Quase metade dos diretores e gestores financeiros aguardam a decisão histórica que sai hoje (31): se a presidente afastada Dilma Rousseff será de fato impedida de terminar seu mandato. Pesquisa realizada pela Amcham mostra que 48% dos CFO’s dizem que estão aguardando a decisão sobre o impeachment para retomar investimentos e decisões estratégicas.
Segundo a pesquisa, que ouviu 155 diretores, apenas 35% dos consultados afirmam que a indefinição politica e o impeachment não é um fator de impacto no adiamento de investimentos e estratégias de negócio, 17% preferiu não declarar ou avaliar impacto.
O estudo mostrou que, independentemente da decisão sobre o impeachment que está sendo debatida agora no Senado, 67% dos executivos acreditam que “a recente onda de otimismo visto em alguns setores ainda é uma questão pontual, sendo um voto de confiança ao governo de transição e segue sem base concreta que garanta uma melhora da economia, seguindo na espera de reformas e ajustes”.
Outros 24% dos consultados enxergam já uma retomada concreta da economia, principalmente por conta da nova agenda econômica proposta pelo Governo interino. E 6% não observam otimismo.
Quando questionados sobre o possível cenário de 2017, a maioria (73%) dos diretores financeiros acredita que a economia deve iniciar trajetória de retomada. Para 22%, a incerteza perdura, com agravamento da crise no próximo ano.
No cenário macroeconômico, alguns fatos estão preocupando os CFO’s brasileiros: consumo em baixa (39%); possibilidade de aumento de impostos (17%); inadimplência alta (14%); câmbio volátil (13%) ; e crédito escasso (5%).
A crise trouxe também pressões internas na sua atividade de gestão financeira da companhia. Na agenda de 56% deles, a busca por eficiência e otimização de processos aparece de forma mais intensa por conta do contexto de incerteza econômica e politica. Corte de gastos (24%); gestão do risco financeiro (9%) e busca por crédito (6%) foram outras atividades citadas pelos diretores financeiros como grandes atribuições do financeiro neste ano.
Para 65%, o principal fator da crise no Brasil é político. O fator econômico é visto por 32%, citando como causa a situação fiscal enfrentada pelo governo. Só 2% enxergam a influência externa e da desaceleração das grandes economias globais.