Elas são maioria quando o assunto é empreendedorismo. Sim, de acordo com o GEM, as mulheres representam 51% dos empreendedores brasileiros. Elas têm feito muito, não apenas no Brasil, como no mundo. Não à toa, a ONU criou o Dia do Empreendedorismo Feminino, comemorado no dia 19 de novembro.
Mas quem são elas? A Rede Mulher Empreendedora realizou estudo justamente para entender o perfil das mulheres que fazem a diferença no País.
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O estudo “Empreendedoras e Seus Negócios” buscou avaliar as barreiras de crescimento para os negócios criados e geridos por mulheres e foi realizado entre os meses de agosto e setembro de 2017, com cerca de 800 mulheres espalhadas por todo o território nacional.
Perfil
Segundo o estudo, 55% das empreendedoras brasileiras têm filhos e, dentre as que são mães, 75% decidiram empreender após a maternidade. Além disso, 55% das empreendedoras buscam mais qualidade de vida, porém 39% delas trabalham 9h ou mais por dia.
A pesquisa também mostrou que 79% das empreendedoras entrevistadas possuem ensino superior completo e a média de idade das empreendedoras brasileiras é de 39 anos, 61% delas são casadas e 44% são chefes de família.
Além disso, 35% das empreendedoras respondentes é MEI, e destas, 17% tem sócios e 39% conta com alguém trabalhando ou ajudando no negócio.
Abordagem étnico racial
Segundo o estudo, em empresas informais e MEIs, as empreendedoras negras representam 32% do total, ao passo que nas MEs e EPPs, este percentual cai para 20% – o que significa que a maioria das empresas maiores e mais bem estruturadas é gerida por mulheres brancas.
Os dados reforçam e vão ao encontro dos resultados obtidos pela pesquisa realizada pelo Sebrae (Global Entrepreneurship Monitor – 2015), na qual é evidenciado que 51% dos empreendedores brasileiros (homens e mulheres) são negros, porém apenas 29% deles empregam ao menos uma pessoa.
Informalidade
Outro dado relevante do estudo trata da regularização dos empreendimentos. A pesquisa revela que 30% dos negócios com até três anos de funcionamento são informais e 64% das entrevistadas citam a falta de dinheiro como um dos principais motivos para essa situação.
Além disso, 43% das mulheres empreendedoras alegam que mantêm o negócio na informalidade, porque julgam que pagar impostos poderia inviabilizar o seu empreendimento. Números que se opõem ao dado de que 73% delas fariam um empréstimo para investir no negócio.
Existe também o problema de acesso a crédito, que as mulheres têm mais dificuldade de obter, o que atrapalha o planejamento, a regularização e muitas vezes a continuidade do negócio. Importante ressaltar que esse não é um problema exclusivo do Brasil, e que foi um dos assuntos mais comentados do evento G20, realizado em julho, na Alemanha, ocasião em que a chanceler alemã Angela Merkel anunciou medidas para facilitar o acesso ao crédito entre mulheres e diminuir a desigualdade de gênero.