A ideia presente no senso comum quando se fala sobre alguém que cria uma empresa de base tecnológica, a famosa startup, é de que essa pessoa é um homem que domina o assunto em que está envolvido e, com isso, acaba juntando investidores e fazendo seus milhões. A ambição de quem cria uma empresa como essa é ser o unicórnio da vez, ou seja, entrar para a lista das mais valiosas, chegar na casa dos bilhões. Mas engana-se quem pensa que CEOs mulheres não estão nessa jogada. No Brasil, inclusive, um dos chamados “unicórnios” é a Nubank, que tem entre seus fundadores a administradora Cristina Junqueira. A fintech nascida em 2013 já recebeu sete rodadas de investimento, a última delas no valor de 300 milhões de dólares.
Pensando justamente na importância que as startups tech devem ter na economia de agora em diante, aqui vai uma lista de 5 empreendedoras do mercado de tecnologia que estão trazendo mudanças com impacto positivo, tecnologia de ponta e promessa de crescimento tanto em valor financeiro, quanto em importância. Confira.
Cristina Junqueira, uma das sócias da Nubank
Recém-eleita pela revista “Fortune” como uma das 40 mulheres mais influentes do mundo abaixo dos 40 anos de idade, a paulista de Ribeirão Preto é hoje vice-presidente do Nubank e conhecida também por suas opiniões a favor da igualdade de gênero no mercado tanto financeiro quanto da tecnologia. Fundada em 2013, a Nubank começou viabilizando cartões de crédito para seus clientes de uma maneira muito menos burocrática; agora já se tornou um banco que oferece serviços de contas pessoa física e jurídica, além de possibilidade de investimentos. O cartão de crédito continua lá, mas a expansão pela América Latina mostra que a vertente descomplicada da instituição já conquistou outros mercados, como o México. Os dois outros sócios de Cristina são o colombiano radicado nos Estados Unidos, David Vélez, e o norte-americano Edward Wible.
Cindy Mi, da VIPKiD
Primeira na lista do site Crunchbase, referência no mercado de negócios de startup techs, a chinesa Cindy Mi é CEO e co-fundadora da VIPKiD, uma empresa que oferece aulas de inglês para alunos chineses. Dona de um fundo de investimento de mais de 820 milhões de dólares, ela conecta professores e crianças no mundo todo para terem aulas de inglês em tempo real. A ideia parece pouco inovadora hoje, certo? Mas em 2013, quando a empresa foi fundada, esse cenário era visionário. Como diz o ditado sobre inovação e internet, “quem chega primeiro bebe água limpa” em se tratando de construção no digital. E a VIPKid é a prova disso. Hoje ela é simplesmente a maior empresa de educação online em língua inglesa para crianças, na China, com mais de 500 mil alunos pagantes e cerca de 60 mil professores conectados nos Estados Unidos e no Canadá.
Jasmine Crowe, CEO e fundadora da Goodr
Quando o assunto é sustentabilidade e impacto social, a norte-americana Jasmine Crowe é sempre destaque no mercado onde circula. Já foi convocada para contar sua história no TED e costuma falar bem em público ao tratar de sua paixão: evitar o desperdício de comida. Mulher negra, ela venceu diversas barreiras para colocar a sua Goodr no mapa das startups necessárias de serem contratadas. Conta com um financiamento de 1,1 milhão de dólares e atua através de uma plataforma que gerencia o uso de alimentos excedentes nas empresas de forma a reduzir o desperdício e combater a fome de quem não pode pagar por comida. A plataforma habilitada para blockchain da Goodr ainda ajuda as empresas que a contratam a reduzir as emissões de efeito estufa. Ou seja, mais sustentável, impossível. Fundada em 2017, merece destaque por sua relevância social.
Cris Miura, da Pontue
Educação é coisa séria, certo? Ou pelo menos deveria ser. Este é um dos mercados que mais foi impactado com a pandemia de Covid-19 pelo mundo e a própria maneira de ir à escola ou de estudar mudou. As aulas online se tornaram uma realidade e, aqui no Brasil, verificou-se como há uma estrutura precária para que elas aconteçam de maneira igualitária. De olho em uma das principais dificuldades de sua própria área, a professora Cris Miura, criou a Pontue, uma plataforma inteligente de ensino de redação voltada para o vestibular. Ela funciona tanto para o aluno quanto para o professor ou diretor que corrige as provas. O estudante faz o texto manualmente, tira uma foto e envia para a Pontue. Como retorno, ele recebe a correção da redação com comentários em vídeo, no prazo de até 72 horas, e que pode ser visto via celular, tablet ou notebook. Fundada em 2018, sua startup também está na Crunchbase e atua em um mercado que movimenta 100 bilhões de reais por ano só no Brasil. Para se usar o serviço, o aluno paga R$90 por ano.
Emily Weiss, CEO e fundadora da Glossier
Essa lista não poderia terminar sem uma das marcas do momento no concorridíssimo mercado da beleza. A Glossier é a novidade que atingiu em cheio a GenZ com seus produtos cool e sua CEO descolada. A empresa vale atualmente cerca de 1,2 bilhão de dólares e está baseada em Nova York. O grande diferencial da marca foi desde sempre fomentar o conceito de comunidade entre suas clientes, tanto que há lista de espera para lançamentos, algumas delas com cerca de 10 mil nomes que querem testar em primeira mão os produtos da marca. Dona do blog “Into the Gloss”, Emily sempre teve facilidade para se comunicar de forma online – até porque foi colunista da Teen Vogue americana. O blog de beleza se tornou a base para criar os produtos, que recebem constante feedback de seus consumidores, muito mais do que as marcas de beleza tradicionais costumam fazer. Muitas vezes, a própria Emily responde os comentários nos fóruns sobre suas maquiagens, tornando a imagem da Glossier acessível como a dela mesma.
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