É possível que pouca gente tenha ouvido falar de uma empresa nova iorquina chamada Ecovative, mas a companhia ganhou uma grande relevância para empresas poderosas como a varejista IKEA e o gigante de tecnologia DELL. O que eles fizeram? Simplesmente uma embalagem totalmente (e realmente) biodegradável.
Fundada em 2006, a companhia desenvolveu e passou a oferecer um produto com um aspecto (e até textura) relativamente parecido com o isopor – algo que demora milhões de anos para se decompor na natureza. O produto da Ecovative é exatamente o contrário. Ele é produzido a partir de cogumelos e restos de resíduos agrícolas – caso dos caules que sobram do milharal – e se decompõe em pouco meses na natureza.
O produto foi rapidamente incorporado pela IKEA e também foi usado pela DELL na hora de embalar PCs. Mais do que isso, eles produziram até mesmo tijolos a partir da matéria-prima desenvolvida por eles.
Agora, a empresa se prepara para dar um salto ainda maior a partir do mesmo produto. A startup já produziu uma série de outros produtos e que incluem até tijolos. Veja a lista de produtos AQUI.
Carne de laboratório
Agora, segundo recente reportagem publicada pelo site Business Insider, a companhia quer se aventurar no setor de alimentos e o alvo já foi escolhido: a companhia quer ser a base da produção da indústria de carne produzida em laboratório a partir de tecidos gordos e músculos de galinhas, porcos e vacas.
Hoje, várias startups afirmam ter conseguido produzir produtos que imitam salsichas, hambúrgueres e almôndegas. Ocorre que esses produtos consistem essencialmente em misturar tecidos musculares e gordurosos, não criando um pedaço real de bife. Em suma, tudo não passaria de uma carne moída.
É justamente aí onde entra a estrutura de cogumelos e restos da produção agrícola da Ecovative. A empresa quer recriar em laboratório a complexa estrutura e a textura de um bife marmoreado ou peito de frango. Para isso, eles seriam os fornecedores da estrutura base ou uma espécie de andaime molecular desses tecidos musculares e gordurosos. Neles, as células poderiam se desenvolver, criando ramificações tal qual uma carne.
Tecnologia já existe
De acordo com a reportagem, a tecnologia já existe e é chamada de Mycoflex. Em linhas gerais, esse produto se assemelha a uma raiz a base de cogumelo e já foi usado na confecção de um saco de couro feito a partir de produto chamado Mylo. Mais recentemente, a Ecovative também testou justamente o crescimento de células animais dentro da estrutura MycoFlex. Se funcionar, a parceria pode ajudar a inaugurar os primeiros produtos sem abate com a textura e a estrutura dos bifes e filés.