O presidente do conselho administrativo da Natura, Roberto Marques, despistou quanto ao interesse da empresa em comprar parte da concorrente Avon. “Não temos nada de novo para relatar hoje e não poderemos falar sobre o assunto no momento”, disse o presidente.
Apesar do despiste, a Natura comprou participação em um fundo de investimento chamado Dynamo Beauty Ventures (DBV), especializado em identificar oportunidades de negócios no segmento de cosméticos em outros mercados pelo mundo. “Está é uma iniciativa mais importante para buscar novas tecnologias e fomentar inovação no grupo”, acrescenta.
Marques afirma ainda que iniciativas como essa, junto a fundos investidores, podem se tornar recorrentes. “Provavelmente, vamos fazer mais isso no futuro”, conclui.
Queda nas vendas
A declaração foi durante a apresentação dos resultados via teleconferência para investidores do grupo. Apesar do aumento de 72% no lucro líquido ao longo do primeiro trimestre de 2019, o crescimento da Natura foi abaixo do esperado. A estimativa da empresa para lucro antes de juro era de R$ 59,1 milhões no período, quando o registrado chegou apenas a R$ 41,9 milhões.
O aumento no lucro líquido, ainda que decepcionante, se deu, em especial, devido ao aumento do tíquete médio, já que houve queda nas vendas de 1%.
Segundo a apresentação da empresa aos investidores, o resultado ruim vem no bojo do fraco desempenho do mercado interno. A nova política de preços no on-line também impactou os resultados. Perfumaria foi o segmento mais afetado.
Consultoras
As consultoras da marca apresentaram aumento de 1,5% na produtividade no primeiro trimestre do ano, o que representou uma desaceleração acentuada. No mesmo período do ano passado, o avanço na produtividade das vendedoras que atuam com o guia de compras da empresa foi de 21,8%.
O número de consultoras vem diminuindo e fechou o trimestre anterior com 2,1% menos consultoras do que o mesmo período de 2018, com total de 1 milhão de profissionais, sendo que metade delas já consegue atender pela internet.