De dezembro de 2013 até junho de 2016, a crise econômica do Brasil gerou uma forte redução nos rendimentos mensais das famílias brasileiras. A perda estimada é de R$ 4,4 bilhões ao mês no final desse período. Já os juros apresentaram crescimento de 18,9% acumulados nos seis meses iniciais de 2014 para 24,1% no primeiro semestre deste ano. Isso representa sair de uma taxa mensal de 2,9% para 3,7%.
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Apesar da queda na renda e do aumento dos juros, a proporção de famílias endividadas no País passou dos 62% em 2013 para 58% em junho deste ano. Em termos absolutos, o número de famílias endividadas nas capitais caiu de 9,466 milhões para 9,062 milhões. Isso significa que mais de 400 mil famílias conseguiram sair do endividamento nesse período, entre o final de 2013 e junho de 2016.
As informações são da Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
De acordo com a assessoria econômica da instituição, as turbulências que o Brasil enfrenta, nos quadros político e econômico desde de 2014, impactaram de maneira expressiva as famílias com a deterioração das condições de renda e emprego. Fatores que, juntamente com a queda nos índices de confiança dos consumidores, justificam o ciclo recessivo do consumo, que continua reduzindo as vendas do comércio brasileiro, além da retração das operações de crédito.
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Segundo o estudo, o valor total mensal das dívidas caiu cerca de R$ 1 bilhão nesse período. A mesma renda por família também caiu ao passar de R$ 1.611 em 2013 para R$ 1.569 em junho de 2016. Já a parcela da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas subiu de 30% para 31%. De acordo com a Federação, o percentual em torno de 30% é considerado razoavelmente adequado para não sinalizar risco de elevação da inadimplência.
Para a entidade, houve um acordo tácito: os bancos não querem ceder créditos como antigamente, e as famílias, por sua vez, não querem se endividar da mesma forma como em tempos de pleno emprego. Esse ajuste, bastante racional e responsável, garantiu, até o momento, um ambiente financeiro com notável alívio na inadimplência.
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