O Brasil é referência global em tecnologia para o mercado financeiro. É aqui que muitas das revoluções em pagamento, por exemplo, foram criadas como o caso do Pix, que no último dia 9 de outubro bateu recorde de transações: foram mais de 168 milhões de acordo com o Banco Central. Todo esse avanço motivou uma transformação significativa também para o varejo, que em datas como a Black Friday, em que o volume de transações tem um aumento bastante expressivo, se beneficia dessas novas tecnologias.
De acordo com uma pesquisa da IPSOS, 75% dos entrevistados consideram as novas formas de pagamentos digitais cruciais para a evolução de seus negócios, o que ressalta a importância de diversificar as opções de recebimento, principalmente em datas de grande competição pela preferência do consumidor como a Black Friday e que esse ano segue otimista: dois em cada três brasileiros pretendem realizar uma compra, segundo dados do Google.
A Black Friday é digital
A digitalização do varejo foi impulsionada pelo crescimento exponencial do e-commerce, canal que se tornou uma parte fundamental do cenário de compras no Brasil e que foi protagonista na última Black Friday: enquanto o faturamento no universo físico subiu 5,4% na data, as compras online registraram alta de 21,1%, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Isso mostra que o cenário econômico brasileiro tem sido marcado por significativas mudanças, impulsionadas principalmente pela crescente digitalização de setores-chave.
Essa tendência ganhou importância sem precedentes ainda na pandemia. Dados da SmartHint mostraram que em 2022, o e-commerce brasileiro já tinha faturado 785% a mais do que no período anterior à crise sanitária. Com isso, os varejistas tiveram que aprofundar seus conhecimentos nesse universo e investir em tecnologia em todos os pontos que envolvem a experiência de compra para se manterem competitivos.
E junto ao boom das vendas online, surge também a necessidade de proporcionar novas experiências de pagamento digitais que possam oferecer mais comodidade, segurança e agilidade tanto para consumidores quanto vendedores. Pix, link de pagamento, NFC, QR Code e até mesmo a tecnologia Tap on Phone, que transforma um smartphone em um terminal de pagamento rapidamente se tornaram populares. Segundo a Febraban, hoje 8 em cada 10 operações bancárias no Brasil são agora realizadas de forma digital, e o PIX tem se consolidado como um meio de pagamento popular.
A exemplo disso, a Cielo desenvolveu o Cielo Tap a fim de possibilitar que os negócios tenham ainda mais agilidade e praticidade nos pagamentos – uma vez que, além de transformar o celular em uma máquina de pagamento, na maior parte dos casos, clientes conseguem realizar o credenciamento e iniciar as transações pelo smartphone Android em poucos minutos – a depender da avaliação da Cielo sobre o estabelecimento comercial, o que impulsiona as vendas de pequenos lojistas que desejam aproveitar a Black Friday. Evoluções como esta tornam mais ágil e simples a jornada de pagamentos, protagonizada pelo fenômeno da desmaterialização de terminais físicos, além de estarem alinhadas com a tendência dos consumidores em pagarem por aproximação, uma vez que segundo a Abecs, a modalidade cresceu cerca de 76,1% no 1º semestre de 2023.
O uso do WhatsApp para transações, por exemplo, também está em ascensão, impulsionado pela familiaridade crescente com o produto e pela conscientização sobre seus benefícios. A combinação de pagamento de pessoa para pessoa e pagamento de pessoa para mercado abre portas para novas oportunidades de negócios e aprimora principalmente a experiência do consumidor.
À medida que a Black Friday se aproxima, o setor de varejo precisa se adaptar às expectativas dos consumidores, com diversificação de pagamentos, fundamental para o sucesso nas vendas e gestão do negócio. Para este ano, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) espera que a Black Friday atinja um faturamento de R$ 7,1 bilhões no e-commerce, crescimento de 17% na comparação com 2022.
As transformações no mercado brasileiro não são apenas indicadores de um presente dinâmico, mas também sinalizam um futuro promissor. Em datas de alta movimentação no varejo, como a Black Friday, a transformação digital está presente na gôndola, na loja digital e também nos meios de pagamento, esse último se tornando o grande diferencial competitivo para a data. O Brasil está, sem dúvida, embarcando em uma jornada emocionante rumo a um cenário econômico cada vez mais digitalizado e interconectado.
Por Carlos Alves, Vice-Presidente Executivo de Tecnologia e Negócios na Cielo