O indicador anual de dívidas com o comércio em atraso registrou, em março, queda de 0,82% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Essa é a quinta queda consecutiva na série histórica calculada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Fonte: SPC Brasil
De acordo com o levantamento, o varejo detém quase a totalidade das pendências com o comércio com 92%, seguido pelo setor atacadista, com 6% e pelo comércio automotivo, com 2%.
O segmento que inclui supermercados, armazéns, lojas de departamento e variedades registrou alta de 26,85%. Outras categorias que também apresentaram aumento da inadimplência foram de artigos culturais, recreativos e esportivos, com 6,62%, de produtos alimentícios e bebidas e fumo, 5,30%, e de produtos farmacêuticos com 2,02%.
As variações negativas ficaram por conta do comércio de artigos de informática e comunicação, com -17,47%, comércio de combustíveis, -7,07%, e materiais de construção com 0,19%.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a tendência de queda da inadimplência se deve ao fato dos comerciantes estarem mais seletivos na concessão de crédito. ?Além dos juros altos e da inflação em patamares elevados e da perda de dinamismo do mercado de trabalho, o varejo tem concedido menos crédito, o que impacta diretamente na redução de atrasos nas compras parceladas?, afirma.
Apesar de o comércio ter a segunda maior participação no número total de dívidas não pagas no Brasil, (20,42%), ficando atrás apenas dos bancos (47,71%), nos últimos anos o setor vem perdendo força relativa na comparação com os demais segmentos. Em cinco anos houve uma queda de 6,18 pontos percentuais de participação.
Segundo os economistas do SPC, uma das razões que ajudam a explicar essa mudança é a substituição do financiamento próprio das lojas, geralmente crediário, pelo cartão de crédito bancário.
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