A diversidade e a inclusão nas empresas é um diálogo imprescindível e urgente para este tempo. As organizações estão entendendo que promover esses dois valores na cultura organizacional trazem inúmeros benefícios, não só em questões de metas, como também na transformação de mentalidade dos colaboradores.
Em um estudo publicado pela GoodHabitz revelou que 90% dos colaboradores no Brasil acham importante trabalhar em uma organização que valoriza a diversidade e a inclusão. Com este número, o país assume a primeira posição na pesquisa, realizada em 14 países para entender quais são e o que valorizam de ambiente de trabalho inclusivo e diversificado.
A verdadeira inclusão e diversidade vai além da contratação de pessoas de diferentes origens étnicas, de gênero, religiosas ou de orientação sexual, ou diferentes habilidades. Esses valores implicam na criação de um ambiente onde todos se sintam valorizados, respeitados e capacitados para contribuir em toda cadeia de valor.
Esse foi um dos pontos abordados no CONAREC 2023 no painel “Dilemas da inclusão: Como incluir sem excluir?” contou com a mediação de Daniel Leal, cofundador da Carbo. O painel reuniu as executivas Luciana Cardoso, vice-presidente people business partner Mastecard Brasil; Michele Salles, diretora da diversidade, equidade e inclusão e saúde mental da Ambev; Thaisa Tomaz, diretora sênior de talentos da Pepsico, para trazer iniciativas e abordaram o papel da diversidade e inclusão das empresas.
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Para Michele Salles, é de extrema importância que as empresas avaliem seriamente se realmente desejam implementar a diversidade e a inclusão em sua cultura organizacional. Essa decisão não pode ser tomada de forma superficial, pois envolve uma mudança profunda em toda a empresa.
“Uma pergunta que todas as empresas precisam fazer é: realmente queremos implementar essa decisão? Pois é preciso olhar para empresa como um todo. Formar liderança, pensar em gestão e comunicar, está incluído no papel da cultura organizacional. É a partir dos processos de diversidade, portanto, que também será sua entrega de negócio. É uma jornada que se inicia e tem que ser implementada em todas as áreas com papeis e metas direcionadas para que se entenda os impactos disso nas pessoas” reflete.
A diversidade nas empresas tem o poder de impulsionar a inovação. Quando grupos de pessoas com perspectivas variadas se reúnem, surgem ideias inovadoras e soluções criativas para os desafios de negócios. A diversidade de pensamento que o resultado da inclusão pode levar a novos produtos, serviços e abordagens e colocam a empresa em uma posição competitiva vantajosa.
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Nesse contexto, Luciana Cardoso enfatiza a importância do diálogo, do aprendizado e das conversas para promover a mudança de mentalidade dentro da empresa em relação à inclusão. A executiva destaca que é crucial que as companhias ouçam as vozes de seus funcionários e criem processos e inovações que promovam a inclusão.
“É preciso muito diálogo, letramento e conversas para mudar. Entender como a empresa escuta, cria processos e inovações, além de testar oportunidades que possam ser feitas, são fundamentais para que a inclusão aconteça. A Mastecard mobilizou o ecossistema de pagamento para conscientizar e criar um grupo de pessoas onde as pessoas podem colocar o nome que elas se identifiquem na emissão de seus cartões. Isso foi possível através de muito diálogo dos próprios grupos que temos internamente” explica.
Na visão das especialistas, diversidade e inclusão vão além da simples contratação. As empresas devem criar uma cultura que apoie esses pilares em todos os aspectos de suas operações. Isso envolve a promoção da igualdade de oportunidades, a eliminação de preconceitos inconscientes e a implementação de programas de treinamento e conscientização.
Nesse sentido, Thaisa Tomaz diz que a Pepsico está comprometida em ouvir as necessidades e preocupações de seus funcionários e está disposta a adaptar e expandir suas políticas e programas para garantir que atendam a todas as partes da comunidade de maneira justa e inclusiva.
“Na Pepsico temos os grupos de afinidades onde mais 400 pessoas se dedicam para questões de raça, gênero, diferenças entre gerações, LGTBTQIA+ e pessoas com deficiências. Esses grupos são fundamentais para nos desafiar a cada dia. Temos um programa dentro da empresa que traz incentivo para fertilização, congelamento de ovos, e tivemos muita adesão. Com o passar do tempo, vimos que os homens queriam fazer adesão para as esposas, porém uma pessoa da comunidade LGBTQI+ disse que teve um ponto que não atendia ela no programa, então revistamos e ampliamos o programa. É assim que aprendemos e integramos as ações”, revela.
Além disso, o diálogo, a escuta ativa e a adaptação contínua são essenciais para garantir que as políticas e os programas sejam realmente inclusivos. As experiências e perspectivas dos funcionários desempenham um papel fundamental na moldagem de iniciativas de diversidade e inclusão que funcionam para todos.
Diversidade e inclusão não são apenas boas práticas de gestão, mas sim um componente essencial para o sucesso e a sustentabilidade das empresas no mundo atual. É uma jornada que começa com a decisão de realmente abraçar esses valores e deve ser renovada de forma abrangente, com metas e ações direcionadas para entender e abordar os impactos nas pessoas e na organização como um todo.
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