Definitivamente, a polêmica sobre a qualidade da carne brasileira virou manchete em todo o mundo. Não é para menos. Afinal, esse é um dos principais produtos de exportação do agronegócio brasileiro – perdendo apenas para a soja. Uma preocupação que virou meme, resultou em embargos internacionais (o mais recente é o da China) e, claro, levantou questões importantes sobre o que o vai à mesa do brasileiro.
Em meio ao noticiário sobre o assunto da carne, surgiram palavras como alimentos processados e in natura. Você sabe a diferença?
A Consumidor Moderno fez um levantamento para explicar o que significado desses e outros termos usados para separar em grupo os alimentos vendidos nos mercado. Veja:
O Guia Alimentar Para a População Brasileira, desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 2014, define esses alimentos da seguinte maneira:
In Natura – Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza.
Legenda: Fruitas e legumes são exemplos de alimentos in natura. Imagem: ShutterstockMinimamente processados – Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados ou congelados e leite pasteurizado. Por definição, cortes de carne resfriados entram nessa categoria.
Legenda: corte de carne é exemplo de alimento minimamente processado. Imagem: ShutterstockAinda são minimamente processados produtos extraídos de alimentos in natura ou diretamente da natureza e usados pelas pessoas para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Exemplos desses produtos são: óleos, gorduras, açúcar e sal;
Legenda: O açúcar também é minimamente processado. Imagem: Shutterstock
Processados – Os considerados processados são produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães;
Legenda: Pão é exemplo de produto processado. Imagem: ShutterstockUltraprocessados – Essa categoria corresponde a produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Exemplos incluem refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo. Enlatados, embutidos, frituras também estão nessa categoria.
OBS: Segundo o Guia Alimentar, limpeza, remoção de partes não comestíveis, secagem, embalagem, pasteurização, resfriamento, congelamento, moagem e fermentação são exemplos de processos mínimos que transformam alimentos in natura em minimamente processados. Note-se que, como em todo processamento mínimo, não há agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento.
Algumas características e dicas básicas sobre os ultraprocessados:
Alto poder calórico, mas com uma energia vazia – No processamento, perdem os nutrientes e mantém as calorias. É um excesso de caloria que não nutre. O exemplo máximo disso é o refrigerante;
Hiperpalatabilidade – Ou seja, um sabor artificial exagerado, que exacerba os sentidos e cria um padrão de gosto no organismo. Uma criança acostumada a tomar refrigerante muitas vezes não consegue tomar nem água. O mesmo acontece com sucos;
Alimentos altamente disponíveis para consumo – Toda essa facilidade se reflete no supermercado, com tantas opções nas prateleiras. Nunca na história humana foi tão fácil consumir alimentos prontos. É só pensar: quantas embalagens você compra que é só abrir e comer o que vem dentro;
Excesso de sal, açúcar, gorduras e substâncias químicas como conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes. Por isso é tão importante ler os rótulos.
Os alimentos processados e ultraprocessados devem ser evitados, principalmente na infância, para que não se tornem hábitos e, sim, algo, no máximo, esporádico. O melhor a fazer é frequentar mais as feiras abertas do que os supermercados, elas oferecem um número maior de produtos frescos e mais saudáveis.
Com informações do guia Alimentar para a População Brasileira.