O Apple Vision Pro, dispositivo de computação espacial, foi lançado ao público no dia 2 de fevereiro. Na loja da Quinta Avenida, na cidade de Nova York, uma grande fila foi formada por clientes ansiosos pelo lançamento da tecnologia e que foram recebidos não só pelos funcionários do espaço, como também pelo próprio CEO da Apple, Tim Cook. Desde então, vídeos passaram a tomar conta das redes sociais com demonstrações do produto.
Quatorze dias depois – período previsto na política de compras da Apple para arrependimento e devolução de produtos –, diversos clientes afirmaram que estão devolvendo seus dispositivos às lojas da marca nos Estados Unidos.
Por mais que os óculos de realidade aumentada e virtual estejam sedimentando seu caminho como tendência tecnológica – a Meta, por exemplo, possui suas próprias versões –, as devoluções apontam para a possibilidade de que esse tipo de produto ainda precisa passar por refinamentos.
O que o Apple Vision Pro faz?
O produto, uma espécie de óculos de realidade aumentada, conta foi duas micro telas OLED que, juntas, oferecem uma resolução acima de 4k. Ao utilizar o Apple Vision Pro, o usuário consegue não só visualizar o espaço onde se encontra – como uma sala de estar, um escritório ou mesmo a rua de sua casa – como também diferentes telas e recursos integrados ao sistema do dispositivo.
Por exemplo, enquanto cozinha, o usuário consegue visualizar e ler a receita de um prato, ou então gravar lembretes para tarefas diárias em diferentes espaços da casa que podem ser vistas enquanto utiliza o Apple Vision Pro. É também possível visualizar diferentes recursos – como se tivesse várias abas abertas lado a lado na tela de um computador – inseridos no espaço. Nas duas semanas desde o lançamento da Apple, vários clientes publicaram suas experiências criativas utilizando o dispositivo.
Mais de 600 aplicativos e jogos foram desenvolvidos para o Apple Vision Pro. Além desses, usuários também podem acessar uma biblioteca de mais de um milhão de apps desenvolvidos para os sistemas iOS e iPadOS. A curadoria permite uma nova forma de interagir com um computador assim como com o espaço ao redor do usuário, prometendo oportunidades para experiências de produtividade, consumo e entretenimento.
Melhorias necessárias
O Apple Vision Pro é comercializado hoje por US$ 3,499, mais de R$ 17 mil na cotação atual do dólar. Trata-se de um investimento relevante e que, para a grande maioria dos consumidores da Apple, o custo precisa valer a pena. No entanto, clientes do dispositivo estão apresentando reclamações e melhorias necessárias em relação ao conforto do headset.
Segundo consumidores em publicações nas redes sociais, o peso do Apple Vision Pro – de 600 gramas – fica concentrado na parte frontal do dispositivo, o que gera dores de cabeça no usuário. Além disso, algumas pessoas estão comentando que o produto os deixou enjoados e que estão deixando seus olhos vermelhos – efeitos que são compreensíveis, levando em consideração que o Apple Vision Pro, assim como outros óculos de realidade aumentada, possui micro telas muito próximas aos olhos.
Tecnologia em evolução
A Apple não é a primeira – e nem será a última – empresa a lançar óculos de realidade aumentada que gerou reclamações por parte de seus usuários. Uma vez que se trata de uma tecnologia ainda em estágio de evolução e refinamento, e que promete ser uma das próximas tendências, é mais do que natural que problemas sejam encontrados para, assim, novas versões e adaptações serem lançadas com o passar do tempo e da maturidade de desenvolvimento.
Um dos grandes concorrentes do Apple Vision Pro é o Meta Quest 3, última versão do dispositivo de realidade aumentada da Meta, dona do Facebook, Instagram e Threads. Seu fundador, Mark Zuckerberg, inclusive, chegou a experimentar o produto da Apple e a fazer uma análise de cerca de três minutos sobre o dispositivo.
Além de declarar que o Meta Quest 3 ter um melhor custo-benefício – o produto custa US$ 500 –, também afirmou que a qualidade do aparelho da Meta é superior, tanto em relação às possibilidades de uso quanto em relação ao conforto. Comparando os produtos concorrentes, o Meta Quest é 120 gramas mais leve que o Apple Vision Pro.
Por mais que os óculos de realidade aumentada ou mista – ou de computação espacial – estejam no caminho para se tornarem a próxima tendência, ainda há questionamentos sobre o que fazer com essa tecnologia. Até o momento, parece uma nova forma de interagir com um computador, sendo um veículo para consumir conteúdos, trabalhar, jogar e fazer compras. Assim como os aperfeiçoamentos dos diferentes dispositivos, novas possibilidades ainda deverão ser exploradas para criar experiências inéditas e necessárias para os consumidores.