What a bummer of a day. Can’t believe it, but I’ve returned the Vision Pro. Just too uncomfortable to wear and it’s a strain on my eyes. It’s clearly the future. It works like magic. But the physical tradeoffs are just not worth it for me right now. I’ll be back for the next one,… pic.twitter.com/LCXiPYCOvv
— Parker Ortolani (@ParkerOrtolani) February 12, 2024
O Apple Vision Pro, dispositivo de computação espacial, foi lançado ao público no dia 2 de fevereiro. Na loja da Quinta Avenida, na cidade de Nova York, uma grande fila foi formada por clientes ansiosos pelo lançamento da tecnologia e que foram recebidos não só pelos funcionários do espaço, como também pelo próprio CEO da Apple, Tim Cook. Desde então, vídeos passaram a tomar conta das redes sociais com demonstrações do produto.
Quatorze dias depois – período previsto na política de compras da Apple para arrependimento e devolução de produtos –, diversos clientes afirmaram que estão devolvendo seus dispositivos às lojas da marca nos Estados Unidos.
Por mais que os óculos de realidade aumentada e virtual estejam sedimentando seu caminho como tendência tecnológica – a Meta, por exemplo, possui suas próprias versões –, as devoluções apontam para a possibilidade de que esse tipo de produto ainda precisa passar por refinamentos.
O que o Apple Vision Pro faz?
O produto, uma espécie de óculos de realidade aumentada, conta foi duas micro telas OLED que, juntas, oferecem uma resolução acima de 4k. Ao utilizar o Apple Vision Pro, o usuário consegue não só visualizar o espaço onde se encontra – como uma sala de estar, um escritório ou mesmo a rua de sua casa – como também diferentes telas e recursos integrados ao sistema do dispositivo.
Por exemplo, enquanto cozinha, o usuário consegue visualizar e ler a receita de um prato, ou então gravar lembretes para tarefas diárias em diferentes espaços da casa que podem ser vistas enquanto utiliza o Apple Vision Pro. É também possível visualizar diferentes recursos – como se tivesse várias abas abertas lado a lado na tela de um computador – inseridos no espaço. Nas duas semanas desde o lançamento da Apple, vários clientes publicaram suas experiências criativas utilizando o dispositivo.
Mais de 600 aplicativos e jogos foram desenvolvidos para o Apple Vision Pro. Além desses, usuários também podem acessar uma biblioteca de mais de um milhão de apps desenvolvidos para os sistemas iOS e iPadOS. A curadoria permite uma nova forma de interagir com um computador assim como com o espaço ao redor do usuário, prometendo oportunidades para experiências de produtividade, consumo e entretenimento.
Melhorias necessárias
O Apple Vision Pro é comercializado hoje por US$ 3,499, mais de R$ 17 mil na cotação atual do dólar. Trata-se de um investimento relevante e que, para a grande maioria dos consumidores da Apple, o custo precisa valer a pena. No entanto, clientes do dispositivo estão apresentando reclamações e melhorias necessárias em relação ao conforto do headset.
Segundo consumidores em publicações nas redes sociais, o peso do Apple Vision Pro – de 600 gramas – fica concentrado na parte frontal do dispositivo, o que gera dores de cabeça no usuário. Além disso, algumas pessoas estão comentando que o produto os deixou enjoados e que estão deixando seus olhos vermelhos – efeitos que são compreensíveis, levando em consideração que o Apple Vision Pro, assim como outros óculos de realidade aumentada, possui micro telas muito próximas aos olhos.
Tecnologia em evolução
A Apple não é a primeira – e nem será a última – empresa a lançar óculos de realidade aumentada que gerou reclamações por parte de seus usuários. Uma vez que se trata de uma tecnologia ainda em estágio de evolução e refinamento, e que promete ser uma das próximas tendências, é mais do que natural que problemas sejam encontrados para, assim, novas versões e adaptações serem lançadas com o passar do tempo e da maturidade de desenvolvimento.
Um dos grandes concorrentes do Apple Vision Pro é o Meta Quest 3, última versão do dispositivo de realidade aumentada da Meta, dona do Facebook, Instagram e Threads. Seu fundador, Mark Zuckerberg, inclusive, chegou a experimentar o produto da Apple e a fazer uma análise de cerca de três minutos sobre o dispositivo.
Além de declarar que o Meta Quest 3 ter um melhor custo-benefício – o produto custa US$ 500 –, também afirmou que a qualidade do aparelho da Meta é superior, tanto em relação às possibilidades de uso quanto em relação ao conforto. Comparando os produtos concorrentes, o Meta Quest é 120 gramas mais leve que o Apple Vision Pro.
Por mais que os óculos de realidade aumentada ou mista – ou de computação espacial – estejam no caminho para se tornarem a próxima tendência, ainda há questionamentos sobre o que fazer com essa tecnologia. Até o momento, parece uma nova forma de interagir com um computador, sendo um veículo para consumir conteúdos, trabalhar, jogar e fazer compras. Assim como os aperfeiçoamentos dos diferentes dispositivos, novas possibilidades ainda deverão ser exploradas para criar experiências inéditas e necessárias para os consumidores.