Inspiração talvez seja uma das palavras-chave do Whow! Festival de Inovação. Diversas portas foram abertas para o desenvolvimento criativo durante o evento – e uma delas foi do Echos, um laboratório de inovação criado no Brasil. Profissionais de diversas partes do Brasil foram participar da sessão prática de design thinking proposta por Natalia Franzon, design thinker da escola.
“É interessante a proporção que o design thinking está tomando nos dias de hoje”, diz, “é interessante perceber que o conceito envolve muito do que a gente já faz intuitivamente quando trabalhamos de forma colaborativa e intuitiva”. Como diz o mote da escola – somos todos designers. Uma visão que faz todo o sentido se pensarmos que todos os negócios nos dias de hoje precisam efetivamente colocar o indivíduo no centro, como ponto de partida, para encontrar uma solução. Essa é uma aplicação que faz sentido para tudo, inclusive para a vida pessoal.
Aquela visão analítica e cartesiana para desenvolver problemas pode ter muitos ganhos com a entrada da criatividade e da colaboração propostas pelo conceito de design thinking. “Nós sempre podemos fazer diferente. O entorno onde cada um de nós atua depende da nossa própria postura para que as mudanças aconteçam”, garante. Um dos propósitos da Echos é desenvolver uma nova geração de pessoas criativas e com olhar atento às necessidades humanas. Esse grupo terá o poder de mudar realidades e projetar futuros desejáveis.
Novo ambiente
Ao unir negócios com design, o laboratório de inovação tem mostrado para as empresas como essa parceria pode ser benéfica. Afinal, todo problema ou desafio tem um fator humano por trás. Se não tiver, talvez algo esteja errado. “Tudo que fazemos, em qualquer mercado, responde às necessidades humanas. Ou ao menos precisaria responder”, analisa Franzon. “Muitas empresas simplesmente criam coisas e jogam para o mundo para ver se alguém quer. Sendo que, na verdade, primeiro é preciso ver o que as pessoas precisam para depois desenvolver”.
Além da assertividade, isso permite uma compreensão completamente diferente do outro. “A inovação nasce nesse modelo de pensamento. Basta ver com grandes empresas, como Google e 3M, não é uma questão de tecnologia ou lugar privilegiado, é o pensar diferente, testar novas coisas, que faz a diferença”, garante.
Não à toa, o laboratório atua junto a grandes clientes, que abraçaram essa filosofia. Carrefour, Vivo, Itaú, Senac e Alelo são alguns dos nomes que compõe o portfólio. Um dos projetos desenvolvidos junto da Agência Nacional de Saúde, inclusive, está disponível online para que os interessados possam saber mais sobre como um projeto de design thiking funciona e é entregue na prática (veja aqui).
Vivência
Para a experiência junto aos participantes do Whow!, a especialista deu algumas dicas para que a o processo de design thiking tenha uma melhor fluidez. Para começo de conversa, é preciso lembrar que o conceito é colaborativo. As pessoas precisam se ouvir de verdade, trocar experiências, utilizar o é chamado de escuta ativa. “Precisa existir um equilíbrio entre fala e escuta. E é preciso estar aberto para ouvir a visão do outro”, garante.
Para Natalia, a inovação se dá por meio da interação entre as pessoas. É a diversidade de pensamentos que traz boas ideias, grandes soluções. Para isso é preciso que treinemos nosso olhar e também nossa escuta. Ao mesmo tempo, a colaboração demanda que os envolvidos confiem no processo, tenham uma entrega real para que aquilo dê certo. O conceito passa pela metodologia, mas também pelo relacionamento humano. Reflexões para criar um mercado cada vez mais empático (e, por isso, assertivo).