Os números do desemprego divulgados pelo IBGE para o primeiro trimestre são preocupantes. Dados da Pnad Contínua apontam que o número de pessoas desocupadas cresceu 10,2% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao trimestre anterior.
No total, o Brasil tem 13,4 milhões de pessoas fora do mercado, o que representa 12,7% dos brasileiros ativos desempregados. No primeiro trimestre de 2018, a situação era ainda pior, com 13,1% ao fim de março do ano passado.
A economia conseguiu criar alguns postos de trabalho até a entrada do último trimestre de 2018 depois de um recorde negativo do primeiro trimestre de 2018. Porém, desde janeiro se acentuou a destruição de empregos.
Desemprego por desalento
Outro dado relevante é o número de desempregados que perdem as esperanças de achar emprego, os chamados desalentados, que representam 4,4% da força total de trabalho. É o recorde para o período, segundo o IBGE.
Esse número também subiu no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 3,9% em relação ao trimestre anterior, o que significa mais 180 mil brasileiros sem perspectivas de encontrar emprego e, por isso, desistindo de procurar.
Informalidade
Depois da Reforma Trabalhista, concretizada em 2017, esperava-se que a flexibilização do trabalho fosse viabilizar novos postos. O que não tem acontecido. O número de trabalhadores por conta própria ficou estável ao fim do primeiro trimestre e o de empregados informais caiu 3,2%.
A redução de vínculos empregatícios pode estar favorecendo o aumento de pessoas subutilizadas, ou seja, aquelas que ou estão vivendo de pequenas tarefas ou bicos, insuficientes para serem classificados como empregos. No trimestre de janeiro a março de 2019, o número de pessoas subutilizadas no Brasil chegou a 28,3 milhões, um crescimento de 5,6% (mais 1,5 milhão de pessoas) frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2018.