O desemprego continua sendo a principal causa de inadimplência entre os brasileiros, segundo levantamento da SPC Brasil em parceria com a CNDL. O motivo é o mais apontado pelos entrevistados pelo terceiro ano consecutivo.
Segundo levantamento, 26% dos brasileiros culpam a perda de emprego como a principal causa para o atraso no pagamento de contas. O número sobe para 27% quando considerado somente os indivíduos de classe C, D e E.
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O desemprego como motivo está desacelerando nos últimos anos. Em 2015, 33% alegou que a perda do emprego o fez atrasar as contas e no ano passado a mesma justificativa foi dada por 28% dos brasileiros.
As instituições afirmam que apesar dos primeiros sinais de recuperação da economia, o brasileiro ainda não conseguiu se reestruturar financeiramente.
“Mesmo com a economia começando a esboçar um processo de recuperação, o brasileiro ainda não sente no bolso os efeitos práticos desse processo de melhora gradual. Apesar de inflação e juros mais baixos, a atividade econômica ainda não ganhou tração. O desemprego continua elevado e a renda do brasileiro segue deprimida”, explicou por nota Marcela Kawauti economista-chefe da SPC Brasil.
Outros motivos
A diminuição renda, falta de controle financeiro e o empréstimo de nome a terceiro são os outros fatores apresentados como motivadores da inadimplência no Brasil. O destaque se deu para a diminuição do empréstimo de nome a terceiros, que em 2016 registrou 9% e este ano caiu para 5%.
Perfil dos inadimplentes
As mulheres são a maioria entre os devedores no País, com 56%. Os adultos de 25 a 49 anos compõem a faixa etária dos que mais devem. Quando separados por renda, 93% dos inadimplentes são das classes C, D e E, mas destaca-se 7% da população mais rica do País (A e B) entre os inadimplentes.
Explicativa
Metade das pessoas com contas em atrasos disseram que não esperam conseguir pagar nem ao menos uma parte de suas pendências nos próximos 90 dias. O valor médio do total das dívidas do brasileiro é de quase R$ 2.980, mas a 43% não sabem ao certo quanto devem.
Dentre os que devem pagar nos próximos meses, o acordo com o credor é a primeira opção, com 42% das citações. Os bicos aparecem como oportunidade de gerar renda extra para 23%, seguido de cortes no orçamento (22%), recebimento de dívidas de terceiros (14%), utilização de recursos do saque das contas inativas do FGTS (13%) e ainda o uso do 13º salário (13%).