No último trimestre, 41% dos brasileiros não conseguiram pagar as contas em dia em consequência do desemprego, segundo a pesquisa nacional Perfil do Consumidor Inadimplente, realizada pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), referente ao 1º. trimestre de 2016. O levantamento foi realizado no período de 22 de fevereiro a 3 de março com 1.019 consumidores inadimplentes em todo o País.
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A diminuição da renda foi o segundo motivo causador da inadimplência, com 18% de menções, o que representa um crescimento de 7 pontos percentuais na comparação com o resultado do 1º trimestre do ano passado.
Ainda segundo a pesquisa, o desemprego tem afetado a inadimplência principalmente para as famílias que ganham até três e entre três a dez salários mínimos, com 49% e 34% das menções, impossibilitando-as de efetuarem o pagamento de suas contas regularmente. No ano passado, esses percentuais eram de 41% e 30%, respectivamente.
Já o descontrole financeiro como causa do não pagamento da dívida, diminuiu nas três faixas de renda observadas: até três salários mínimos (de 25% para 13%), entre três a dez salários mínimos (de 31% para 19%) e acima de dez salários mínimos (de 27% para 16%). Para aqueles com renda familiar acima de dez salários mínimos, aumentam os casos de ?esqueceram de pagar? com 24%, contra 19% do mesmo período do ano anterior.
O percentual de consumidores que declararam possuir apenas uma conta que causou a restrição passou de 40% para 49%, se comparado ao primeiro trimestre de 2015. A pesquisa da Boa Vista SCPC mostrou também que 17% possuem quatro contas ou mais em atraso, contra 23% registrados no mesmo trimestre do ano anterior. Uma fatia de 29% dos consumidores declarou que o valor devido nas contas em atraso não ultrapassa R$ 500. E ao aumentar o valor para até R$ 1 mil o percentual passa para 50% das menções. Para 16% as contas vencidas ultrapassam o valor de R$ 5 mil.
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Percepção e endividamento
Mais de 80% dos consumidores entrevistados no primeiro trimestre de 2016 registraram intenção de quitar o valor total das dívidas que causaram a restrição, com maior incidência entre aqueles com renda entre três a dez salários mínimos, passando de 75% para 88%. Os consumidores com renda familiar acima de dez salários mínimos passam a negociar mais o valor da dívida, antes de efetuarem o pagamento, com 18% das menções, contra 12% entre os que ganham entre três a dez salários e 15% entre aqueles com até três salários mínimos.
Entre as famílias com renda de até três e entre três a dez salários mínimos, houve aumento da inadimplência em função do não pagamento de empréstimo pessoal ? o salto foi de 6% para 10% em ambos os perfis.
A percepção do consumidor quanto a estar mais endividado, ou seja, com mais contas para pagar, mas não necessariamente vencidas, aumentou quatro pontos percentuais no primeiro trimestre de 2016, comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 26% para 30%. Outros 70% dos consumidores se dividem em mais ou menos e pouco endividados.
Também nos três primeiros meses de 2016, 39% dos consumidores estão com até 25% da renda familiar comprometida com o pagamento de dívidas (era 32% no 1º trimestre de 2015). Outros 61% estão com mais de 25% da renda comprometida com o pagamento de dívidas, vencidas ou não, contra 68% registrados no primeiro trimestre do ano anterior.
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