Paula Faria, CEO da Necta e idealizadora da plataforma Connected Smart Cities, apresentou no CONAREC 2022, todo o potencial tecnológico e de inovação para a mobilidade urbana. No painel, “A inovação da mobilidade Urbana: cidades mais inteligentes e conectadas”, Paula salientou o trabalho realizado pela Connected Smart Cities e o Mobility, ambos projetos que buscam a evolução da mobilidade urbana com qualidade em grandes centros.
Confira a cobertura completa do CONAREC 2022
Segundo Paula, “muitas vezes não pensamos no impacto que a mobilidade tem na nossa qualidade de vida”. No entanto, a executiva aponta que essa mentalidade está se transformando, sobretudo, por conta das novas demandas de consumo em atividade.
“É um ecossistema muito complexo. E para resolver questões complexas precisamos do envolvimento de toda a sociedade na discussão de soluções”, ressalta Paula sobre os desafios desse tema.
“A mobilidade urbana precisa ser disruptiva, inclusiva e sustentável”
E este é um tema, que segundo Paula, carece de aprofundamento de todos os atores envolvidos e, principalmente, do entendimento de “onde está ancorada a mobilidade urbana”.
“Para nós a mobilidade urbana precisa ser disruptiva, inclusiva e sustentável”, frisa Paula. Ou seja, para a especialista, não basta apenas de pensar a mobilidade hoje, mas também entender como todas as novas tecnologias integradas podem ser transformadoras para essa evolução e como ela é de suma importância quando discutimos o assunto.
“Tudo isso é muito importante, mas desde que consigamos pensar na inclusão. Sabemos o quanto é difícil essa questão e o quanto é importante para as pessoas terem acesso a mobilidade urbana segura e de qualidade hoje”, avalia Paula.
Quando pensamos em sustentabilidade e novos modais, o carro sempre emerge como ponto de tensão dessa análise. Segundo Paula, além da questão individual sobre a utilização do carro para locomoção em grandes cidades, a emissão de poluentes também tem sido um dos maiores impactos desse meio de transporte.
“O nosso propósito com nossos projetos é realmente conseguir promover essa discussão”, ressalta Paula. “Trazer a consciência do quanto a mobilidade urbana de qualidade e acessível é importante para a sociedade, e de como ela pode elevar a qualidade de vida das pessoas”, frisa.
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Brasil não investe na mobilidade urbana moderna
Cabe aqui um recorte: Segundo dados da plataforma Connected Smart Cities, os brasileiros que utilizam o transporte público coletivo diariamente estão gastando, em média, R$ 214 mensalmente para ir e vir. Aqueles que recebem em média um salário-mínimo de R$ 1.212, por exemplo, perdem 17,66% da renda com o transporte coletivo.
Além de pagar uma das tarifas mais altas da América Latina, não há investimentos do governo em inovação e o brasileiro ainda tem que lidar com a precariedade oferecida pelas empresas ou concessionárias.
Para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo, hoje dos 219 ônibus elétricos que compõem essa frota da capital, apenas 18 são de modelos modernos, alimentados por baterias recarregáveis. Os demais são troleos, que se utilizam de linhas aéreas para obter energia. Esse número representa somente 1,6% do total da frota com cerca de 14 mil coletivos.
Ou seja, para que haja evolução da mobilidade urbana sustentável inclusiva e de qualidade, visando a melhoria de vida das pessoas e, consequentemente, o crescimento econômico, iniciativas como a plataforma Connected Smart Cities são fundamentais para que o tema ganhe relevância e projeção. E quem sabe um dia, o Brasil não entre, de fato, no mundo da mobilidade urbana acessível e moderna.
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