Desde 2012, o número de empresários no Brasil cresceu quase 20%, o que corresponde a 687 mil novos empresários no país que migram da situação de desemprego ou de emprego formal. No total, já são 4,4 milhões de empresários no país, o que representa um crescimento de 6,4% na comparação com o fim de 2016. Os dados são da Pnad Contínua, do IBGE.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
Além dos novos empresários, o setor de empreendedorismo recebe também os profissionais autônomos. Com a crise do emprego formal, ao fim de 2017 o Brasil viu pela primeira vez o número de trabalhadores autônomos mais o de trabalhadores informais ultrapassar o número de profissionais com carteira assinada. Os profissionais classificados como conta-própria já correspondem a um quarto do total de trabalhadores brasileiros.
“Tempestade perfeita”
O professor de Administração e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FECAP, Edson Barbero, aponta que esse cenário pode significar a “tempestade perfeita” para o empreendedorismo nacional. “O setor recebe muita gente despreparada e no desespero. O nível de inovação é baixo pela redução nos investimentos e o desemprego esfria o consumo”, alerta o professor.
Possibilidades
Barbero afirma que mais do que setores específicos, o empreendedor que decidir por empreender deve focar em oferecer produtos e serviços customizados para o cliente final, algo que as grandes empresas têm dificuldades de oferecer.
Silvio Laban, responsável pelo Centro de Empreendedorismo do Insper, aponta que uma das tendências que deve se solidificar em 2018 é a de consumo relacionado à sustentabilidade. “O consumo sustentável é aquele que assegura que mais pessoas consigam usufruir por mais tempo dos recursos. Isso aborda também questões sociais, como a sobrevivência dos pequenos produtores e manutenção dos empregos por toda a cadeia”, detalha.
Para o especialista, o sucesso das iniciativas sustentáveis está relacionado à capacidade de comunicação das empresas com seu público-alvo e a seriedade da proposta. “A prazo, isso tende a se tornar o mainstream, porque o consumidor tem assumido essa postura. Tudo vai depender de como o varejista vai contar essa história de empreendedorismo verde”, conclui.
Leia também:
Especial varejo de nicho: um mercado que deve crescer em 2018