Durante a crise econômica, com a queda da renda da população, o consumidor tem investido mais na manutenção de seu veículo, ao invés de comprar um novo. Essa informação é do estudo realizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
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O levantamento mostra que o setor de Autopeças e Acessórios foi o único que registrou crescimento no volume de vendas nos primeiros oito meses de 2016. A alta foi de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O segmento também ganhou destaque em agosto, com a menor perda (-1%) em relação ao mesmo mês de 2015. Na mesma direção, os setores de Farmácias e Perfumarias (-1,5%) e Supermercados (-3,3%), por comercializarem produtos essenciais, mais resistentes à crise, foram os que registraram as menores quedas no acumulado de janeiro a agosto. No entanto, em agosto, houve retrações de 9,2% e de 11%, respectivamente, em razão da intensidade da crise, do aumento da inflação e do desemprego, e pela queda da massa salarial.
De acordo com o estudo, os segmentos mais dependentes de crédito (que ficou mais caro e escasso neste ano), tiveram as retrações mais acentuadas. A maior queda foi nas Lojas de Móveis e Decorações, com -15,6% (no acumulado do ano até a agosto) e de -19,3% (considerando só o mês de agosto), em relação aos mesmos períodos de 2015. Segundo a Associação, o resultado é justificado também pela ligação com o setor de imóveis, prejudicado pela crise imobiliária.
As Lojas de Vestuários, Tecidos e Calçados, registraram quedas de 12,5% no período acumulado e de 14,5% em agosto. Já o segmento intitulado Outros Tipos de Comércio Varejista (que inclui: combustíveis para veículos automotores; lubrificantes; livros, jornais, revistas e papelaria; artigos recreativos e esportivos; joias e relógios; gás liquefeito de petróleo; artigos usados; e outros produtos), apresentou reduções de 11,1%no acumulado do ano e de 19,1% em agosto, impactado principalmente pela venda de combustível, que tem caído em razão do menor uso de carros nesse período de recessão.
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Segundo o levantamento, as Concessionárias de Veículos registraram quedas de 10,3% no período acumulado, e de 14% em agosto. Resultados semelhantes aos das Lojas de Departamentos, Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos que apresentaram recuos de 10,3% no acumulado e de 9,8% no mês.
Considerando todos os segmentos do comércio paulista juntos, as quedas foram de 7,3% nos oito primeiros meses do ano e de 12,3% em agosto. Para Alencar Burti, presidente da ACSP, esses resultados negativos continuam acontecendo em razão do alto índice de desemprego, da dificuldade na contração do crédito e da queda na renda das famílias, o que puxa para baixo a confiança do consumidor e a disposição para comprar. “A recuperação dependerá essencialmente da restauração desses indicadores e da continuidade da redução das taxas de juros”, afirma Burti.