O diretor de comércio e pagamentos do Google, Bill Ready, confirmou recentemente em entrevista ao site Bloomberg, que avalia a contratação de Arnold Goldberg, ex-PayPal. Na ocasião, o diretor do Google revelou que essa contratação pode ampliar os serviços financeiros da companhia, inclusive a possibilidade de lançar sua criptomoeda. Seria um grande passo para sua plataforma Google Play e sua carteira de clientes.
Outros grandes gigantes da indústria já se demonstraram interessados no crescente movimento das criptos. A Apple, de Tim Cook, que já admitiu em entrevistas simpatizar com a tecnologia de criptomoedas, mas que isso ainda não está nos planos da Apple, não agora. Atualmente, a Apple não possui produtos ou serviços relacionados a criptomoedas. Embora permita aplicativos de carteira de ativos digitais na App Store, a companhia proíbe qualquer software de mineração. Contudo parece ser apenas questão de tempo para que sua empresa também passe a trabalhar com a moeda.
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Bitcoin abriu caminho
Podendo ser utilizado de forma global, uma criptomoeda como o Bitcoin, por exemplo, que já tem 13 anos de existência, ainda enfrenta menos obstáculos como limites de horário e quantidade e a informalidade bancária, já que qualquer pessoa, sem necessidade de possuir uma conta no banco pode utilizá-la.
Com todo o avanço tecnológico e comportamental do consumidor (o que dirá das futuras gerações) não é de se assustar que o Google não tenha notado todo o potencial das criptomoedas. Bill Ready, na entrevista a Bloomberg, enfatiza que “as criptomoedas são algo em que devemos prestar muita atenção”. Para ela, na medida que a demanda de usuários e comerciantes evoluem, outras interessados evoluirão com ela.
A desmaterialização do dinheiro
Se olharmos com atenção para grandes movimentos, muito em breve criptomoedas serão uma “realidade” com a qual conviveremos. O surgimento de novas wallets e de bancos digitais, as transações sem precisar ir a um banco físico…Tudo ficou muito simples.
Mesmo pensado do “lado sombrio” com a pandemia e o isolamento vivenciado nos últimos anos, os pagamentos e transferências de dinheiro físico poderiam deixar de existir. Não, não queremos que mais pessoas morram ao redor do mundo para que a digitalização e práticas como o home office, por exemplo, sejam percebidas como possíveis e produtivas. Não é isso. Mas, pensando pelo lado da experiência e pelo lado geracional, serviços digitais, trabalho remoto e criptomoedas (por que não?) passaram a ser um requisito.
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O Bitcoin abriu o caminho, mas muitas outras criptomoedas estão beneficiando desse percurso. Transferências internacionais rápidas, de baixo custo e difíceis de rastrear, as criptomoedas têm ganhado importância no panorama dos pagamentos e já começam a chamar a atenção de grandes marcas internacionais.
Conheça grandes marcas que já aceitam criptomoedas
Calvin Klein
Em 2018, algumas lojas da Calvin Klein passaram a aceitar Bitcoin em São Paulo. Com a ajuda da CloudWalk e uma corretora brasileira, o movimento que foi um dos primeiros dessa empresa no mercado nacional.
Burger King
A parceria é com o Cryptobuyer, que facilita pagamentos com criptomoedas. Mais do que Bitcoin, são aceitos também Ethereum, Litecoin ou Dash, entre outras. A iniciativa começou na Venezuela, mas é esperado que chegue também a outros países da América Latina.
KFC
Fez uma ação promocional momentânea no Canadá, em 2018, onde vendeu o “Balde Bitcoin”, um balde de frango frito para ser comprado com a moeda digital. Até o momento, é o que sabe sobre seu interesse por criptomoedas.
Sephora e Decathlon
Na França, essas gigantes já aceitam Bitcoins desde 2020, estando entre 25.000 varejistas que já aceitam este modelo de pagamento por lá.
Overstock
Nos EUA, a varejista de móveis on-line aceita Bitcoin desde 2014. Outras grandes marcas entre elas AT&T, Home Depot e Regal Cinemas já têm parcerias por lá com empresas de processamento de pagamentos com criptomoedas.
Norwegian Air
A popular companhia aérea de baixo custo da Noruega havia anunciado em 2019 que aceitaria criptomoedas. Devido aos efeitos da crise COVID-19 houve atrasos, no entanto, o que se sabe é que o seu modelo de pagamento está bem adiantado.
Starbucks
Não, Starbucks não está prestes a começar a aceitar pagamentos em Bitcoin para café. Em vez disso, é um negócio que permite que os clientes paguem na loja usando software especial da companhia Bakkt, que transaciona Bitcoins. Para os consumidores adeptos de criptomoedas, estes usariam um sistema intermediário de terceiros para comprar produtos Starbucks usando Bitcoin. Tudo faz parte do desenvolvimento do cartão e aplicativo da Starbucks, que permitirá que ele sirva como o primeiro comerciante da plataforma da Bakkt.
Avanços e cautela
No entanto, existem riscos regulatórios e financeiros relacionados ao lidar com criptomoedas em todos os países. Porém, como vimos, em alguns deles os serviços com pagamento em criptomoedas é uma realidade enorme. Veja o exemplo da República Tcheca, que já possui 46 caixas eletrônicos que transacionam bitcoins, com 34 deles concentrados em Praga. Seus caixas eletrônicos suportam a compra e venda de bitcoin, Litecoin, Dash e Monero. Os modelos de caixas utilizados lá são da ATM e são chamados de BATM. BATM é o nome da plataforma criada pela GENERAL BYTES para a produção desses caixas eletrônicos que lidam com criptomoedas.
No Brasil, o interesse por criptomoedas tem crescido. O Mercado Pago, por exemplo, lançou em primeira mão no mercado brasileiro seu serviço de compra, retenção e venda de criptomoedas. O BTG Pactual se inspirou nos clientes que vinham apresentando crescente interesse nas criptomoedas e foi primeiro banco a disponibilizar o serviço no Brasil.
A popularidade do Biticoin se tornou seu principal motivador para novos ingressos das mais diversas companhias e marcas nesse segmento financeiro. No Brasil, só em 2021 foram aportados US$ 3,1 milhões de investimentos em fintechs de criptomoedas. A certeza que fica é a de que devemos ficar atentos a esse mercado – e as empresas também – ainda que com cautela.
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